Durante o debate entre candidatos a governador promovido pela rádio Interativa FM – mais especificamente em um intervenção de Weslei Garcia (Psol), emergiu um tema que rende a ser recorrente na campanha eleitoral deste ano: a ligação do senador Ronaldo Caiado (DEM) com o trabalho escravo, seu posicionamento contra a PEC do trabalho escravo no Senado, em 2012, e o seu vínculo com a mal afamada União Democrática Ruralista (UDR).
Weslei afirmou que se o senador deseja propor qualquer tipo de mudança para o Estado, que a mudança “deveria começar por aí”. Caiado respondeu que em suas fazendas não é praticado “qualquer tipo de trabalho degradante”. Esta foi a primeira vez que ele foi confrontado sobre o tema, mas não deve ser a única.
Trabalho escravo é um tema delicado na sua trajetória. Em primeiro lugar, porque a família do senador é usualmente vinculada a um passado de truculência no trato com funcionários no meio rural. Em segundo lugar, porque em 2014 o Ministério do Trabalho incluiu dois parentes seus na lista de fazendeiros que exploravam o escravismo: Antônio Ramos Caiado Filho e Alfredo Caiado Paranhos Filho.
O primeiro foi autuado por usar mão de obra em condições análogas à de escravidão em sua fazenda em Nova Crixás e o segundo, pelo mesmo motivo, foi autuado em sua propriedade em Araguapaz.
Na época em que ele era deputado (2012), à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que pune fazendeiros que utilizam trabalho escravo em suas propriedades. A PEC foi aprovada por esmagadora maioria. Apenas 29 parlamentares foram contrário. Um deles, adivinhe, era Caiado.
O senador também é apontado como principal articulador de um grupo chamado UDR, que nos anos 1990 foi acusado por movimentos sociais de patrocinar ataques a integrantes destes movimentos de luta pela terra. As acusações nunca foram devidamente comprovadas, mas a fama prevaleceu.