O grupo Rialma, cujo dono é Emival Ramos Caiado, primo do senador Ronaldo Caiado (DEM), pleiteia junto ao governo há anos a emissão de licenças ambientais para construção de hidrelétricas que ameaçam destruir pontos turísticos importantes – como Vale da Lua e Cachoeira do Segredo – e acabar com espécies como o pato-mergulhão, ameaçado de extinção.
A eleição de Caiado pode representar o empurrão que falta para Rialma tocar o seu ambicioso e nefasto projeto econômico.
De acordo com reportagem do site The Intercept Brasil, entre 2014 e 2016, a Rialma propôs a instalação de seis pequenas centrais na área, com o alagamento de diversos pontos do Rio Tocantinzinho, um dos principais na bacia hidrográfica da Chapada.
O projeto comprometeria áreas como o Encontro das Águas, que une os rios São Miguel e Tocantinzinho, na cidade de Colinas do Sul, colocando em risco espécies de animais. Além disso, também poderia afetar importantes pontos turísticos, como a Cachoeira do Segredo e o Vale da Lua.
Segundo documentos da Aneel, os trâmites das pequenas centrais hidrelétricas Bom Sucesso, Colinas, Concórdia, Harmonia e Renascença – todas propostas pela Rialma para o Rio Tocantinzinho – seguem ativos. Mas a secretaria de Meio Ambiente de Goiás afirma que nenhum desses cinco empreendimentos está autorizado. Estudos ambientais da pasta são contrários à instalação de hidrelétricas no Rio Tocantinzinho.
De acordo com a secretaria de Meio Ambiente, o licenciamento segue aberto. A única ressalva, segundo o governo estadual, é que a licença só deve ser concedida após a reavaliação dos impactos ambientais – e o licenciamento deve ser feito, também, seguindo as recomendações da Procuradoria Geral de Goiás.