O desempenho insatisfatório do candidato a governador Iris Rezende (PMDB) nas pesquisas estimulou o prefeito Paulo Garcia (PT) a trabalhar contra a permanência do marqueteiro Dimas Thomas na equipe. O prefeito enxergou, no momento difícil, a chance para forçar a contratação de seu braço direito na prefeitura: o marqueteiro Renato Monteiro.
A pressão começou a surtir efeito. Nesta segunda-feira, um grupo de cinegrafistas, repórteres, locutores e produtores ligados a Thomas foram demitidos pela coordenação da campanha. Renato Monteiro também começou a se movimentar. Ao jornal Opção, ele disse que “se for convidado a participar da equipe, aceitará”.
O conceito formado pelos coordenadores de campanha a respeito do programa de Iris veiculado no rádio e televisão é péssimo. Poucos engolem a mistura de messianismo no discurso do candidato com imagens de marretas a massacrar tudo que aparece pela frente (inclusive, acreditem, uma cruz).
Também causou divergências a exploração do drama de famílias que perderam filhos ou filhas em função dos assassinatos de mulheres em série na Capital ou da inexistência de hospitais aptos a tratar de doenças complexas no interior do Estado. Pensam que, mesmo no vale-tudo da política, há limites que não podem ser ultrapassados e Dimas Thomas os ultrapassou.
No geral, a avaliação é de que o ex-governador apresentou programas fracos nos dez primeiros dias de propaganda eleitoral. Esta opinião foi respaldada por duas pesquisas que saíram neste final de semana: Fortiori/Jornal Opção e Serpes/O Popular. Ambas mostram que Marconi ampliou a vantagem sobre Iris e construiu chances reais de liquidar a fatura no primeiro turno.
No Twitter, a demissão de jornalistas rendeu comentários. Vale destacar a pergunta feita pela também jornalista Fabrícia Hamu: a culpa pelo desempenho ruim do PMDB nas pesquisas é da assessoria de comunicação? Esta é, na verdade, a questão que realmente interessa ao partido, caso haja interesse de se evitar o vexame de perder a eleição já no dia 5 de outubro.
