Em reunião com os deputados, logo que explodiu o escândalo da criação em segredo de cargos com supersalários, o presidente da Assembleia Legislativa, Helder Valin, ensinou: “No Brasil, Legislativo existe é pra apanhar mesmo. Mas logo a imprensa vai se esquecer de nós”.
Nesta terça-feira, o jornal O Popular registra em matéria da repórter Thaís Romão que “depois do escândalo dos supersalários e da falta de transparência, a Casa entra em ritmo considerado normal”.
“Normal”então deve ter o significado de: “as mesmas irregularidades de sempre”.
A própria matéria de O Popular registra que o projeto anunciado pelo presidente Helder Valin para diminuir os supersalários não teve nenhuma tramitação e sequer recebeu um número no protocolo parlamentar da Assembleia.
Os marajás legislativos, portanto, seguem recebendo.
Os privilegiados com os supersalários, em quatro meses, estarão embolsando em torno de R$ 130 mil – mais que deputado, governador e presidente da República.
Mais grave: o presidente Helder Valin disse que o projeto que reduziria os supersalários cortaria a possibilidade da remuneração ser engordada com penduricalhos e, assim, superar os R$ 19.500,0 previstos.
Mas vejam o que diz a matéria de O Popular:
“Autor do projeto, o presidente da Assembleia, Helder Valin (PSDB), garantiu, na apresentação do projeto, que com o novo texto não será possível acumular benefícios, fixando o salário em R$ 19,5 mil. Mas a matéria não faz referência à impossibilidade de acumulação”.
E assim a Assembleia está “entrando em ritmo considerado normal”.
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