terça-feira , 24 dezembro 2024
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Pesquisadora que desenvolveu nanopartícula para tratar overdose critica cortes em bolsas: “Cruel e prejuízo incalculável”

Em reportagem de Artur Dias, Kayque Juliano e Thaynara Cunha,do Mais Goiás, a pesquisadora da Universidade Federal de Goiás (UFG) responsável por desenvolver um projeto de nanopartículas que podem tratar overdoses de cocaína, Eliana Martins Lima, aponta riscos para o futuro das pesquisas com os cortes de bolsas de pós-graduação da instituição. Decisão foi tomada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que suspendeu 60 bolsas distribuídas em cursos de pós-graduação depois que o governo federal anunciou bloqueios financeiros na ordem de 30% na Educação.

Em entrevista concedida ao Mais Goiás, na manhã desta sexta-feira (10), Eliana relatou que esta decisão causa um impacto muito grande na instituição e que as bolsas eram um incentivo àqueles que não conseguem arcar com o custo do estudo superior. “Essa notícia e sua repercussão deixaram muito claro para todos nós o quanto a sociedade não conhece e não reconhece a relevância social daquilo que nós, das universidades públicas, produzimos. As federais representam o maior patrimônio do país em relação à expansão do conhecimento”.

Para Eliana, as instituições públicas de ensino superior não são apenas replicadoras, mas contribuintes para a construção da história que os livros publicam. Pesquisadora há mais de 30 anos, ela revela que o corte foi o mais cruel já feito na rede publica de Educação. Toda linha de pesquisa, segundo a docente, é dependente da sustentabilidade das fontes de fomento do Governo, uma vez que os investimentos para pesquisas são altos e seus resultados são colhidos apenas em médio e longo prazos.