Para dar continuidade à campanha que promove desde 2002 em Goiânia na defesa de maior atenção do poder público para as vítimas de cardiopatia congênita infantil, a cardiopediatra Mirna de Sousa vai entregar uma carta para a primeira-dama do Estado, Gracinha Caiado, e para o secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino.
A data escolhida para a entrega do documento não foi por acaso. No dia 12 de junho (próxima quarta), é comemorado o Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita.
Em entrevista ao jornal A Redação, Mirna explicou que há médicos em Goiás que atendem esta especialidade, mas ainda não há um local específico para tratar pacientes com esta doença. “Atualmente os atendimentos através de convênios particulares e SUS são realizados no Hospital da Criança, local que não comporta a alta demanda”, declara a especialista, que trabalha na unidade hospitalar.
A entrega da carta é uma forma de reinvindicação e de protesto. “Este será mais um ato simbólico, já que todos os anos neste dia nós promovemos alguma atividade para chamar a atenção das autoridades para este problema, que não é de hoje”, conta.
Mirna lembra que no início da gestão de Ronaldo Caiado, o governador prometeu atenção especial ao problema da falta de leitos para atendimentos de doentes com cardiopatia congênita. “Desde 2002, todos os anos tenho esta causa como luta pessoal. Em 2014 eu recebi o reforço de um grupo de mães de pacientes para lutar mais por esta demanda, e ficamos muito esperançosas com as promessas do governador Caiado, mas até agora nada de concreto foi feito”, ressalta.
Além de não sinalizar um local específico para os atendimentos de cardiopatia congênita, o governo estadual tomou uma atitude que, segundo Mirna, dificulta ainda mais a situação das famílias com entes com a doença. “Vamos questionar o acordo firmado entre o Ipasgo e uma instituição em Brasília para este tipo de atendimento. Se temos profissionais aqui, porque não fazermos o atendimento aqui?”, questiona a cardiopediatra.
Ainda segundo Mirna, outra demanda explicitada na carta, que será entregue à primeira-dama e ao secretário de Saúde, é a cobrança de um lugar para a realização do serviço aos pacientes. “Inicialmente foi cogitada a hipótese de prestar este atendimento no Materno Infantil; depois seria no Hugol. Acabou que nenhum lugar foi definido e a demanda só aumenta”, diz ela.
Os atos em Goiânia têm o apoio da Sociedade Goiana de Pediatria, na qual Mirna chefia o departamento de cardiologia pediátrica. Outra ação prevista é uma Caminhada do Coração, no dia 16 de junho (domingo), no parque Flamboyant, com presença de cardiologistas pediátricos clínicos, cirurgiões e hemodinamicistas e famílias de pacientes portadores de cardiopatia. (Yuri Lopes/A Redação)