Graças ao incentivos fiscais concedidos pelo governo de Goiás, empresas como o Laboratório Teuto, controlada pela família Melo, tornaram-se gigantes no mercado e passaram a movimentar cifras que já começam a superar a casa de R$ 1 bilhão.
Em 2018, o Teuto cresceu 3,7% e faturou R$ 916,5 milhões. Em 2017 tinha sido de R$ 884 milhões. O balanço foi divulgado recentemente pela empresa. Para 2019, a expectativa é que ultrapasse a marca de R$ 1 bilhão.
O Teuto espera uma melhora na expectativa para a retomada do crescimento econômico, “mesmo que lentamente”, do país neste e nos próximos anos. “Espera-se que esse viés possibilite menos sobressaltos econômicos e maior resiliência da economia brasileira”, declara no seu balanço. No segmento farmacêutico a variação cambial possui um peso relativo nos custos industriais, motivo pelo qual a empresa espera que esse ambiente mais comportado resulte num câmbio com menos sobressaltos.
O laboratório garante que concluiu no ano passado o reperfilamento de sua dívida junto aos bancos, em condições compatíveis com seu fluxo de caixa e perspectiva de crescimento nos próximos anos, sem afetar sua capacidade de reinvestimento. A empresa tem também intensificado ações para a redução de custos e perdas, melhoria da margem e do lucro.
Desde 2017, quando a família Mello recomprou o controle acionário da empresa, com aquisição de 40% que estavam com a multinacional Pfizer (leia mais sobre isto aqui), o Teuto busca um novo sócio. Em 2011, a Pfizer comprou 40% do Teuto por R$ 400 milhões. O contrato dava aos norte-americanos a opção de adquirir o restante das ações até 2016. Pois a Pfizer não só ab
riu mão do direito como entregou os 40%do laboratório aos seus controladores, para dar um fim aos constantes desentendimentos com a família Melo.
Depois disto, fundos de investimentos chegaram a avaliar o laboratório goiano, entre eles o fundo soberano de Cingapura, o GIC, e o brasileiro Principia, que veria a Teuto como uma forma de ampliar sua presença na área farmacêutica – o fundo já tem a Cellera entre os negócios de seu portfólio. O Teuto também já foi cortejado por laboratórios nacionais e internacionais, entre eles, a Eurofarma, controlada pelo empresário Maurizio Billi, e a suíça Novartis. Mas o elevado endividamento da empresa goiana era um obstáculo para as negociações avançarem.
Para superar este obstáculo, o Teuto começou um processo de reestruturação de seu passivo financeiro, alongando entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões em dívidas com os bancos Bradesco, Itaú e Santander.
A expectativa da empresa, concluída essa reestruturação, é voltar a trabalhar para atrair um sócio para financiar os planos de expansão da companhia. Em março a empresa completou 72 anos de fundação.