O Jornal Opcão registra que ganha corpo no MDB um grupo que sugere que, se disputar a reeleição, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, poderá se tornar o Marconi Perillo de 2020. Como está fazendo obras — aliás, está exibindo-as —, o decano emedebista parece acreditar que tem chance de ganhar. Mas os velhos métodos — como trabalhar pra valer só nos dois últimos anos, para ser lembrado — não funcionam mais. Um irista sugere que o alcaide deveria terminar bem a gestão e permanecer como conselheiro dos líderes do partido.
Por que até iristas admitem que é preciso retirar Iris Rezende? Porque sabem que o prefeito não entusiasma mais o goianiense, é visto como superado e participa de uma aliança com o governador Ronaldo Caiado (DEM), que pode não ser produtiva — nem eleitoralmente nem em termos de cargos. Caiado ganhou com o apoio de parte do MDB, mas não permitiu que nenhum emedebista participasse do primeiro escalão do governo. Segundo um caiadista, o gestor não quer ficar com a imagem de que “encheu” o governo de políticos, por isso preferiu técnicos e aliados que o acompanham há anos. “Nós ganhamos, mas não levamos”, admite um emedebista histórico. “Nem Iris conseguiu emplacar alguém no primeiro escalão.”
Os iristas sabem que, se bancarem Maguito Vilela — que, ao contrário de Iris Rezende, tem chance de ganhar, porque é bem avaliado e não tem desgaste ostensivo —, poderão manter seus espaços na prefeitura. De fato, o ex-governador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia relaciona-se bem tanto com Iris Rezende quanto com os iristas.
Qualis sugerem que Iris Rezende “envelhece” e Maguito Vilela (quase 16 anos mais novo) “renova” o MDB em Goiânia. Com um detalhe curioso: os eleitores da capital apreciam bancar prefeitos que são opositores do governador. Iris Rezende, visto como caiadista — e frise-se que os índices de Ronaldo Caiado tendem a deteriorar na capital —, não faz oposição e, como tal, pode absorver o desgaste do gestor estadual. O prefeito já tem a resistência do funcionalismo municipal, e, se absorver a resistência do funcionalismo estadual, aí, como dizem os políticos,será, do ponto de vista eleitoral, “caixão e vela preta”.
Portanto, como dizem emedebistas, inclusive iristas, Maguito Vilela pode ser a salvação político-eleitoral do MDB em Goiânia.