A deputada Lêda Borges rebate o discurso de Caiado de que o governo está inviabilizado e é inevitável a adesão ao RRF. “O Estado não está quebrado. Falta é gestão”, diz ela com autoridade de quem já foi prefeita de Valparaíso e deixou o cargo com alta aprovação na cidade. “Esse argumento do Ernesto e do Bruno [secretário de Governo e líder de Governo] foi o último argumento. Na verdade, quando o projeto de Lei chegou à Assembleia, nós recebemos a visita da [secretária de Economia, Cristiane] Schmidt, a visita do secretário Anderson Máximo e da procuradora-geral, Juliana. No primeiro argumento apresentado a nós foi dito que era uma exigência”.
Segundo ela, à época, inclusive, foi questionado a eles sobre um documento que trazia essa exigência, uma vez que Lei e nem a liminar do ministro Gilmar Mendes, que concedeu o direito do Estado de pleitear o regime, faziam esse pedido.
“Não me apresentaram. Esse foi o primeiro argumento que caiu por terra”.
Ainda conforme Lêda, em outro momento, foi dito que, com essa autorização, o Estado iria pleitear empréstimo e que o Paulo Guedes [ministro da Economia] tinha assegurado R$ 144 milhões. “Caiu por terra, porque no trâmite do RRF, empréstimo é o último passo”.
Por fim, ela diz que este foi o terceiro argumento. “De que, com esse autorizo, o Guedes havia dito que ia mudar da letra C para B. Como?”
E continuou: “Se eu adentro em um regime de recuperação fiscal, como que eu mudo a letra pra melhor. Primeiro ponto. Segundo: se o Estado, que já deixou de pagar por seis meses as parcelas de dívida, quem vai emprestar mais dinheiro?”
Para Lêda, não havia um motivo técnico para envolver a Assembleia em uma decisão política unilateral do governador Ronaldo Caiado (DEM).
https://youtu.be/5kpzB3jGXHo