Para a deputada federal dona Iris Araújo (PMDB), conhecida pelo seu radicalismo extremado contra o governador Marconi Perillo, a manifestação no Centro de Goiânia, na última quinta-feira, foi exclusivamente contra Marconi.
Tudo bem: quer distorcer a realidade, pode distorcer. O país é livre. E dona Iris tá fazendo política. Mas a verdade é que a manifestação foi eclética a respeito dos seus alvos e até cartazes contra Iris Rezende, marido de d. Iris, apareceram (um deles mostrava Iris pendurado nos espetos que “ornamentam” os viadutos da 85).
Alguém da política exagerar, é normal. Mas um jornalista, não. Jornalistas têm de ter compromisso com a verdade.
Em seu artigo nesta segunda-feira, em O Popular, a repórter Fabiana Pulcineli diz que Marconi foi um dos principais alvos da manifestação e que havia “milhares de cartazes” contra ele.
Milhares? Tem certeza? Milhares?
Não havia. Fabiana se travestiu de dona Iris.
Na verdade, cartazes, espontâneos, no estilo que ficou comum em todo o país, havia poucos, como havia contra tudo e contra todos. Agora, faixas, muito bem produzidas, apareceram muitas. Aliás, quase só havia faixas contra Marconi, da ordem de no máximo duas dezenas, que foram ostensivamente produzidas por militantes partidários infiltrados na manifestação – como a equipe do deputado Mauro Rubem que, sem nenhuma identificação do PT, levou várias delas, posou para fotografias e postou nas redes sociais, já que os jornais não publicaram nenhuma.
Em O Popular, deste domingo, um estudante dá entrevista e conta que houve reação negativa a uma Kombi, com alto-falante, acompanhando um grupo de militantes partidários gritando contra Marconi, com uma equipe de cinegrafistas junto. Ele acha que esse tipo de manipulação maculou a manifestação.
Mas Fabiana garante que havia “milhares de cartazes” contra o governador.
Tem cabimento?
LEIA MAIS: