A retirada de assinaturas e o posterior arquivamento dos pedidos para abertura de CPIs na Assembleia, episódio trágico para oposição, provocou o choque entre os líderes do PT, Karlos Cabral, e do PMDB, Bruno Peixoto.
Ambos discordam do tratamento que deve ser dispensado aos deputados desertores, que assinaram e depois “desassinaram” os requerimentos (já confessaram culpa Simeyzon Silveira, do PSC, e o peemedebista Paulo Cezar Martins).
Karlos, que antes do episódio era a pedra angular da paciência e coerência do PT, tornou-se o mais xiita do bloco. Lidera uma perseguição implacável contra os “traidores”, e afirma que o seu partido não vai colocar panos quentes sobre o episódio.
A tese de Bruno Peixoto é a de que práticas inquisitórias depõem contra o objetivo principal do grupo, que é vencer as eleições para o governo do Estado em 2014. Bruno argumenta que a guerra provoca o esfacelamento da oposição.
Ambos têm razão no que dizem. Karlos está certo porque ser humano algum consegue conviver com outro se não puder depositar nele o mínimo de confiança. Principalmente quando o assunto é política, onde as tratativas são sempre verbais e a palavra tem peso grande.
Bruno também está correto, e nem é preciso dizer porquê. Os fatos dizem por si só. Antes que o peemedebista pudesse alertar os seus pares, o bloco já estava em ruínas, e a credibilidade de todos os parlamentares foi posta em xeque.
É improvável que, no atual cenário, Simeyzon caminhe com o PT em 2014, como é difícil que Karlos Cabral e Bruno Peixoto se abracem fraternalmente nos palanques. As arestas já foram criadas.