O Sindsaúde, o Sieg e uma comissão de trabalhadores se reuniram com o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, nesta terça-feira (26). O objetivo foi pedir a revogação da medida que retira 277 servidores concursados do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Alguns deles não conseguiram segurar as lágrimas ao justificar o desejo de permanecer trabalhando na unidade.
Com a chegada do INTS que vai administrar o hospital a partir do dia 1º de dezembro e com uma proposta de economia de cerca de R$ 5 milhões no contrato, servidores concursados estão sendo removidos do Hugo e transferidos para creches, Polícia Civil e até para o município de Aparecida de Goiânia.
Para o Sindsaúde, a remoção de servidores concursados atende meramente a uma exigência da organização social. A retirada dos servidores efetivos e a demissão de terceirizados possibilitaria que a OS contrate mão-de obra por um valor bem menor.
“A gente só quer cuidar de gente“
Com a voz embargada e bastante emocionada, uma trabalhadora que atua como auxiliar de enfermagem no Hugo manifestou seu desejo de permanecer na unidade. “A gente só quer cuidar de gente! Não queremos tirar xérox, não é menosprezando o trabalho de tirar xerox, não é menosprezando o trabalho de cuidar de crianças, mas eu quero é cuidar de gente doente, gente que precisa do nosso cuidado”,
O diretor do Sindsaúde, Erivânio Herculano, e servidor do Hugo, também se emocionou ao relatar a superação dos desafios enfrentados no Hugo no início da carreira e do carinho pela unidade. Há 24 anos como auxiliar de enfermagem, o servidor se diz entristecido com as mudanças arbitrárias e que desconsideram o serviço prestado naquela unidade.
Ao secretário foi exposto todos os riscos e prejuízos que envolvem a remoção de servidores experientes do Hugo. A presidente do Sindsaúde, Flaviana Alves, foi enfática ao destacar que ao contrário do que vem sendo considerado, hospital que é referência em traumatologia tem déficit de profissionais e precisa complementar suas equipes.
O diretor do Sindsaúde, Mauro Rubem, chamou a atenção para a importância da permanência desses servidores. Segundo ele, a Secretaria está cometendo um grande equívoco se desfazendo dos servidores qualificados, muitos deles com quase 30 anos de experiência profissional e que são extremamente necessários para atender ao perfil do Hugo. “Não podemos arriscar vidas com essa decisão atropelada”.
Resposta
O secretário negou que haverá perda de qualidade nos serviços prestados no Hugo e que a transferência de servidores seja uma determinação da OS. Ele também afirmou que não tomaria, naquele momento, nenhuma decisão com o objetivo de reverter a decisão, mas que esse processo é alvo de avaliação constante.
Alexandrino afirmou também que as mudanças foram resultados de um estudo que constatou déficit de profissionais e que as transferências têm levado em consideração às preferências dos profissionais. Ele sugeriu ainda que seja ofertada mais uma opção de lotação para esses trabalhadores.
Acerto trabalhista
Em relação ao acerto trabalhista dos trabalhadores terceirizados demitidos a partir do dia 1º, Ismael Alexandrino informou que, na próxima quinta-feira (28), a SES repassará ao Instituto Haver, OS que administra o Hugo atualmente, os valores referentes ao passivo trabalhista desses profissionais e que a partir do dia 30, a OS terá 10 dias para realizar o acerto.
