Pacientes do Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), usaram faixas e cartazes para protestar contra a piora do atendimento. Mobilizados em frente ao hospital, usuários, familiares, ex-funcionários denunciaram demora no atendimento, falta de equipamentos, de medicamentos para doenças oportunistas e de profissionais. Atualmente, a unidade é administrada pela organização social Instituto Sócrates Guanaes.
O protesto que foi organizado pelas ONGs: Apoio, Vida, Esperança (AAVE), Grupo Pela Valorização, Integração e Dignidade do Doente de Aids (Pela Vidda), contou com a participação do Sindsaúde, e dos representantes do Conselho Local de Saúde, Conselho Municipal de Saúde e Conselho Estadual de Saúde.
A demissão de médicos que atuavam na unidade acabou contribuindo para agravar a situação. “Nós estamos com 13 problemas pontuados pelos próprios usuários. Nós queremos respostas para esses problemas”, protestou a vice-presidente do Grupo AAVE (ONG que apoia a causa das pessoas que convivem com o HIV/AIDS), Tamara Borges.
Os usuários denunciam que na unidade onde mais de 10 mil pessoas que fazem tratamento, “faltam medicamentos e sobra tempo de espera”. Ainda de acordo com eles, o tempo de quase 5 horas de espera agora pode aumentar devido às demissões.
A preocupação é que esteja em curso uma política de desmonte da unidade que é referencia no atendimento eletivo e de emergência de média e alta complexidade em Infectologia e Dermatologia Sanitária, para doenças infecciosas e dermatológicas como HIV/Aids, tuberculose, meningite, entre outras.
A diretora do Sindsaúde e conselheira estadual de saúde, Luzinéia Vieira, destacou que apesar de o HDT está sob gestão de uma OS, o secretário e o governador ainda são os responsáveis pelo Hospital. “Quem tem responsabilidade por garantir que assistência à saúde seja prestada com qualidade e com garantia de todos os direitos dos usuários é o Estado. Não adianta terceirizar a responsabilidade”.
Uma médica que atua na unidade chegou a formalizar uma denúncia ao Conselho Estadual de Saúde o assédio moral sofrido, no qual, ela foi coagida pela direção depois de informar os pacientes que a demora no atendimento era causada pela redução de profissionais.