sexta-feira , 27 dezembro 2024
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Cláudio Meirelles: “É o fim do mundo: Goinfra de Caiado acha que Goiás tem rodovia pavimentada demais”

Em artigo, o deputado Cláudio Meirelles critica a visão retrógrada do presidente da Goinfra, Pedro Salles, que disse que os governos passados foram “irresponsáveis” nos últimos 20 anos por elevar de cinco para 12 mil quilômetros a malha rodoviária pavimentada de Goiás.

“Caiado e os forasteiros que o auxiliam no governo precisam de mais óleo de peroba para dar conta de tanta patuscada”, criticou Meirelles.

Leia a íntegra do artigo do deputado Cláudio Meirelles:

“Para justificar a incapacidade do governo em conservar a malha rodoviária pavimentada do Estado, hoje superior a 12 mil quilômetros, o presidente da Goinfra, Pedro Salles culpou os governos de Marconi Perillo e José Eliton de terem exagerado no asfaltamento de rodovias. O leitor não está equivocado.

É verdade: o presidente da antiga Agetop, o jovem Pedro Salles, em sua visão retrógrada sobre a importância da infraestrutura rodoviária para o desenvolvimento econômico de um Estado, considerou “irresponsável” o programa de pavimentação de rodovias dos governos passados que, em 20 anos, elevou de cinco para mais de 12 mil quilômetros a malha rodoviária asfaltada de Goiás.

Essa infeliz declaração, que dá bem o tom do despreparo desse governo, não foi feita em mesa de boteco e sim durante entrevista ao jornal “O Hoje”. O presidente da Goinfra, em outras palavras, quis dizer que o governo não tem e nem terá condições de dar manutenção a toda a malha rodoviária existente.

E mais uma vez, para tentar justificar sua incompetência, o governador Caiado evoca os feitos e, a seu ver, os malfeitos dos governos passados. Mas criticar os antecessores porque levaram asfalto para todas as regiões, beneficiando milhares de pessoas e promovendo o desenvolvimento econômico, é o cúmulo do despreparo.

Caiado e seus forasteiros que o auxiliam no governo precisam de mais óleo de peroba para dar conta de tanta patuscada. Quando olha para o calendário e se conscientiza de que está já no ano 2 de seu governo, ou seja, cumprindo o ano que marcará a metade de sua gestão, sem ter conseguido dar um passo adiante no cumprimento de suas promessas de campanha, o governo de Caiado se apressa em denegrir a imagem dos antecessores, acreditando que consegue desviar a atenção do povo de sua própria incompetência.

A crítica de Pedro Salles ao “excesso de rodovias asfaltadas em Goiás”, sinaliza que este governo, se der conta, irá trabalhar os próximos anos de seu mandato apenas para “tentar” manter em estado de trafegabilidade ainda que precária, a malha existente. Se ele acha que já temos muitos quilômetros pavimentadas, está claro que não faz parte de seu plano de ação, asfaltar novas rodovias.

É a este atrasado que Caiado irá nos relegar. O governador eleito em primeiro turno, representante da classe empresarial do meio rural que, se fosse leal a seu segmento, no mínimo, deveria melhorar a infraestrutura para o escoamento da produção, se mostra inerte, despreparado e arrogante.

É inerte porque não busca soluções inteligentes e que atendam aos interesses de toda a sociedade para solucionar os problemas. Prefere sacrificar o povo através de medidas impopulares e desumanas a implementar ações que dividam os sacrifícios e sejam justas.

É despreparado porque permite que um auxiliar venha a público criticar alguém porque trabalhou demais. É como você demitir um gerente porque conseguiu de seus subordinados um crescimento exponencial da produção o que, em consequência, obrigará a empresa a contratar mais funcionários. É o auge da incapacidade.

E se mostra arrogante porque abarca todas essas mazelas como se estivesse corretíssimo, como se fosse o mais inovador e operoso ser da gestão pública. Caiado não admite o contraditório. Toma decisões monocráticas e antidemocráticas como se não devesse satisfação nenhuma aos que o elegeram.

O presidente da Goinfra e o governador Caiado têm a obrigação de virem a público justificar porque o órgão não tem recursos para a manutenção da malha rodoviária. Desde 2017, sob gestão da antiga Agetop, o governo administra o Fundo Constitucional de Transportes, criado exatamente para constituir um caixa destinado a preservação das rodovias pavimentadas e não pavimentadas do Estado.

Foram graças aos recursos deste fundo que os governos passados puderam manter as rodovias em bom estado de conservação durante muitos anos. Foi uma medida inteligente e, na época, única possível para se conseguir recursos visando a conservação da malha. Enquanto esse fundo provinha o caixa da Agetop de recursos para recuperar as rodovias, o governo trabalhava em outras frentes para conseguir verbas destinadas a novas pavimentações e duplicações.

O fundo em questão sempre foi constituído dos repasses da CIDE, doações de pessoas físicas e jurídicas, públicas e privadas, 20% da receita bruta do Detran, rendas de aplicações financeiras, dotações orçamentárias do tesouro, recursos de convênios com o Governo Federal, operações de crédito dentre outros. Se funcionou nos governos passados, qual a dificuldade para funcionar agora?

A verdade minhas amigas e meus amigos, é que este governo está completamente perdido. Agora ele ultrapassou a barreira do ridículo. Antes, acusava o passado por todos os erros que diz ter encontrado. Sem poder continuar com essa ladainha, resolveu inovar. Agora acusa os governos passados de terem trabalhado demais.

Em outras palavras o governo de Caiado acha que Goiás não deveria ter conseguido se desenvolver a este nível. Para ele, Goiás deveria continuar atrasado, produzindo matéria prima para os grandes centros enquanto os estudantes caminham pelas estradas de terra percorrendo muitos quilômetros para estudar nas poucas faculdades estaduais que ele permite que continuem a funcionar.

O governo de Ronaldo Caiado é uma decepção atrás da outra!”