domingo , 28 abril 2024
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Jornalista diz que Caiado sobe o tom e cobra reciprocidade do governo Bolsonaro, mas nada acontece para Goiás

Cansado das protelações do governo federal em apresentar uma proposta de socorro ao estado, o governador Ronaldo Caiado já emite sinais de impaciência, como quem não está disposto a continuar sendo enrolado indefinidamente, anotou o colunista do Diário Central, Divino Olávio.

 

Segundo o colunista, o mandato tem 48 meses e desses, restam menos de 34 porque a primeira semana de março já se expirou.

Numa matéria publicada na Coluna Painel, da Folha de São Paulo de terça-feira (3), Caiado subiu o tom na cobrança de reciprocidade à sua lealdade para com o governo do presidente Jair Bolsonaro.

A cobrança se deu em reunião com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, na segunda-feira (2), por conta de pendências de Goiás na instituição. “Opositores estão sendo mais bem tratados do que aliados de Jair Bolsonaro”, argumentou Caiado.

O descontentamento, segundo o jornal, era ao foco do Banco na privatização da Cedae, companhia de saneamento do Rio de Janeiro, governado por Wilson Witzel (PSC), adversário de Bolsonaro. Foi aí que Caiado não gostou ao saber que a prioridade é a companhia administrada por Witzel.

Ainda segundo o jornal paulista, na ocasião, Caiado lembrou que abriu as portas para a quarentena dos repatriados da China, em Anápolis, e da defesa de Bolsonaro, contra a “ira de governadores, inclusive o Rio”, por conta da proposta desafiadora do presidente, de zerar os tributos dos combustíveis.

Não se pode dizer que Caiado está errado nos seus argumentos porque, de fato, até agora não tem havido reciprocidade do Governo Federal, para com os seus gestos de boa vontade. Nas das situações, a acolhida dos repatriados da China e sobre os combustíveis, Caiado se expôs a desgastes para ser solidário com o presidente.

Nesse primeiro ano de governo, o presidente Jair Bolsonaro visitou Goiás uma meia-dúzia de vezes, fez discursos elogiando o governador e às calorosas receptividades dos goianos. Mas ficou praticamente só nisso.

Com exceção dos repasses normais dos ministérios da Educação, Saúde e Segurança Pública, o Estado não teve mais nenhuma ajuda.

Outras ajudas valiosas recebidas por Caiado foram do Supremo Tribunal Federal, na concessão de liminares suspendendo parte de pagamento das dívidas do Estado, até seis de abril, o que resultou em certa folga de caixa.

Mas em relação à renegociação das dívidas ou mesmo autorização para a contratação de novos empréstimos, o governo Bolsonaro continua de portas fechadas para Goiás e todos os estados em apertos, por conta de crises fiscais.