O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), perdeu a paciência com o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde). “Quantas UTIs ele fez? Quantos respiradores ele adquiriu?”, questiona.
Ibaneis estranhou a decisão de Mandetta de custear a instalação de hospital de campanha em Águas Lindas (GO), no entorno do DF.
“Ele deveria era ter liberado os R$1,5 milhão para concluir a obra do hospital da cidade, é tudo o que falta”, disse o governador, que conhece de perto o drama dos moradores do entorno, que, historicamente abandonado pelo governo de Goiás, dependem do governo do DF para ter acesso a serviços públicos.
Ao anunciar o hospital de campanha, Mandetta afirmou que o fazia para atender pedido do governador Ronaldo Caiado, que recentemente rompeu com o presidente Jair Bolsonaro, mas é filiado a seu partido, o DEM.
“O ministro Mandetta pode continuar usando o cargo e a pandemia para fazer política, mas precisa se lembrar que a obrigação de todos nós é cuidar das pessoas e não de interesses políticos ou partidários”, criticou.
Apesar da gravidade das impressionantes 456 ocorrências e sete mortes, até agora foi mínima a presença do Ministério da Saúde no combate à doença, nessa unidade da federação.
“Tudo o que o ministro Mandetta destinou ao Distrito Federal foram R$6,4 milhões”, revela o governador, indignado. “Até agora, a participação do ministro nesse esforço foi quase tão somente midiática”, acusou.
Somente três estados receberam menos recursos que o Distrito Federal, cujos R$6,4 milhões representaram menos recursos do que aqueles destinados a estados com incidência muito menos de casos, como Alagoas.