A jornalista Fabiana Pulcineli, que assina a coluna Cena Política, em O Popular, não poupa a oposição de críticas hoje em sua análise, que é publicada todas as segundas-feiras.
Ela diz que a oposição fez “lambança” na Assembleia no episódio das CPIs e que o bloco do contra não tem articulação e é muito frágil. Fabiana decreta que a oposição empobrece o debate ao apostar somente nos desgastes da administração estadual.
Lambança – Se Marconi sente o peso de muitos fatores desfavoráveis para uma candidatura à reeleição – além da situação da gestão, também o esgotamento do discurso do grupo –, há um ponto em que aparece com grande vantagem: a falta de oposição e de adversários fortes para a disputa de 2014.
O episódio da proposta de CPIs contra o governo na Assembleia Legislativa expôs o amadorismo, a incompetência e a falta de sintonia da oposição. Em momento raro de união de número de parlamentares suficiente para propor uma comissão de investigação, a oposição desperdiça a chance de tentar fazer o mínimo de movimentação no Legislativo.
Embora a ideia de CPI não seja das melhores estratégias para uma Casa que tem ampla maioria governista, o requerimento com assinaturas suficientes marcaria posição e daria um pouco de voz aos oposicionistas.
O desastre do processo enfraquece a tentativa de levante da bancada e mostra como a articulação ainda é frágil. Além disso, a oposição ainda aposta mais nos desgastes do governo do que prioriza a apresentação de projetos e possíveis soluções para os problemas do Estado. Empobrece o debate e se coloca como alternativa.
No fim das contas, as fragilidades ainda estão muito mais fortes nos dois lados do que os pontos positivos. É melhor se recolher, rever estratégias e conquistar trunfos antes de botar o bloco na rua sem ter o que apresentar.