A PEC que adia as eleições de 2020 que os senadores aprovaram na terça-feira (23) não tem consenso na Câmara dos Deputados.
O deputado federal José Nelto (Podemos) diz que prefere manter o calendário eleitoral. “Eu entendo que devemos manter as eleições para o dia 4 de outubro, não mexer no calendário. Isso vai criar um incômodo político, porque os candidatos já vêm trabalhando suas pré-campanhas, também os vereadores. O adiamento das eleições poderia prejudicar quem tem a máquina na mão, os prefeitos”, opinou.
“A campanha ficaria mais cara. Você tem, por exemplo, uma projeção de gastos. Se você tem 100 mil na campanha, com a máquina na mão, você gasta 200, gasta 300, 400 mil”, afirmou Nelto. “A nossa proposta é manter as eleições para o dia 4 e o TSE baixa uma normativa escalonando o horário das eleições pela idade”, defendeu o parlamentar.
“Você colocaria a votação para iniciar as 7h da manhã, iria até as 22h. Pela manhã, votariam os idosos, acima de 55 anos. Abaixo de 55 até 30 votariam de 11h às 16h. A outra parte, os mais jovem de 16 a 30 anos votariam de 16h às 22h. Você colocando termômetros nas entradas de cada escola, álcool gel, distanciamento social”, sugeriu.
“Devem ser mantidas as eleições, até porque está comprovado cientificamente que em agosto haverá queda no platô, como está acontecendo na Europa e Estados Unidos. Nos Estados Unidos estão ocorrendo eleições”, argumentou o deputado federal.
Ele acredita que esse ano os candidatos terão de adotar estratégias diferentes para conquistar o eleitorado. “Não poderá ter aglomerações, comícios. No máximo carreata, dentro de carros, com máscaras e o candidato em cima de um carro falando suas propostas. Será totalmente diferente. Dá pra fazer caminhadas, se ele passar na rua à pé com microfone falando, mas sem aglomeração. O corpo a corpo será esse, sem pegar na mão. Até porque ninguém quer pegar na mão de ninguém”, disse.
Para Nelto, no entanto, os meios mais tradicionais de se fazer campanha já estavam ficando menos populares. “Cada dia que passa, já que não se pode fazer corpo a corpo. Nas últimas campanhas, nos grandes centros, a campanha foi mais na televisão e internet”, afirmou.