sábado , 23 novembro 2024
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MP aponta corrupção e pede bloqueio de R$ 10 milhões das contas bancárias de Iso Moreira e filhos

Coordenador da Operação Zaratustra, deflagrada nesta quinta-feira (3), o promotor Douglas Chegury afirmou que a Justiça autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal do deputado estadual Iso Moreira, os filhos Alessandro Moreira dos Santos e Aloísio Moreira dos Santos Júnior e demais investigados. “Já avisamos o Banco Central e agora só estamos aguardando para corroborar a investigação.”

Ele assinala que já foi pedido o bloqueio de R$ 10 milhões das contas dos seis possíveis envolvidos. Destaca-se que esse seria o valor desviado em 13 anos (entre 2003 e 2006), em suposto esquema ilegal de compra e venda de combustíveis, junto ao Posto Serra Bonita, em Alvorada do Norte, de propriedade da família do parlamentar.

A operação investiga o deputado Iso e seus filhos por suposta improbidade administrativa, fraude em processo de licitação e falsidade ideológica para desviar recursos da prefeitura do município. Além deles, o ex-prefeito David Moreira de Carvalho também é alvo de investigação, bem como os assessores de Iso, Humberto Carlos Teixeira e Carlos Alberto Dourado.

Detalhes – Segundo o promotor Douglas, o Tribunal de Contas dos Municípios apontou irregularidades de compra e venda no posto da família, durante a gestão de David em Alvorada do Norte (2011 a 2016), o que motivou o MP-GO a investigar este estabelecimento que comercializava com a prefeitura.

“Foram várias alterações seguidas no contrato. Quando Alessandro foi eleito, em 2003, ele queria que a prefeitura comprasse do posto dele, mas a lei de licitações proíbe. A solução foi tirá-lo do contrato social e colocar o David Moreira. Em 2009, elegeram o David, aí tiraram o nome dele e colocaram dois assessores do Iso como supostos proprietários, o Carlos Dourado e Humberto Teixeira. Em 2017 terminou o mandato e Iso e Alessandro voltaram ser os donos”, resume.

Sobre o estilo de atuação, com o uso de “laranjas” próximos, o coordenador da Operação Zaratustra diz que o grupo se valia de uma estrutura deficiente de fiscalização. Além dos delitos já citados, a investigação também avalia lavagem de dinheiro e organização criminosa. Estas, porém, dependem do Tribunal de Justiça e Procuradoria Geral, uma vez que Iso possui foro por prerrogativa de função. “Mas a parte de improbidade não”, assegura.