O deputado e candidato a prefeito pelo PSDB, Talles Barreto, apresentou hoje à CMTC – Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos, as diretrizes de ação com as quais pretende “virar o transporte público pelo avesso”, considerando que “nada do que existe hoje pode ficar de pé”. Para o candidato, sua estratégia também é o avesso dos candidatos que chama de “governistas (referindo-se a Vaderlan Cardoso e Maguito Vilela), que Talles considera “sem coragem” para enfrentar o sistema: “Eles são justamente os responsáveis pelo que existe hoje”, diz Talles.
O ponto principal da proposta, que também foi registrada no TRE, será a “retirada” do dinheiro das mãos das empresas concessionárias. O documento explica que hoje a arrecadação do sistema é feito pelas próprias empresas de ônibus que remuneram a si mesmas “independente de ter ou não qualidade no serviço”. Talles Barreto garante que o controle sobre o recurso permite ao poder público remunerar o serviço mediante índices de qualidade.
Outra mudança “radical” como define o projeto, está na forma de remuneração do serviço. As empresas ganham hoje por número de passageiros transportados, o que aumentaria o lucro quanto mais lotados estiverem os ônibus. “Nós vamos pagar por quilômetro rodado”, diz Talles, invertendo a lógica e tornando mais atrativo para as empresas disponibilizar mais ônibus com menor lotação.
Além da qualidade que será imposta por estas intervenções, o projeto do PSDB também fala em redução da tarifa paga pelo usuário, apesar de manter a receita que custeia o serviço. “Vamos tirar das costas do passageiro as gratuidades que foram concedidas pelo poder público de forma irresponsável. Deram os benefícios sem dar a receita. Fizeram política e mandaram a conta para os passageiros”. Em números, o candidato estima 20% a menos por conta as gratuidades. 10% a menos por conta da gestão dos terminais (também embutida na tarifa) e 20% a menos por conta de subsídio que a prefeitura daria ao passageiro. Tudo será bancado por um Fundo de Transporte que pretende criar.
“Temos condições de reduzir as passagens à metade, para o bolso do passageiro”, diz Talles Barreto. Ele considera que esta é uma forma de transferência de renda para, já que tem “reflexo direto no bolso do cidadão. A redução de valores seria ainda diferenciada em linhas locais mais curtas, mais rápidas e dedicadas que serão criadas dentro dos limites do município.
O projeto de Talles Barreto também ataca “de forma radical”, outro problema do transporte público que é a falta de segurança em ônibus e terminais. Ele planeja ampliar a Guarda Civil Metropolitana para criar o “Batalhão do Transporte” – uma polícia dedicada exclusivamente a patrulhar pontos de parada, terminais e os próprios ônibus, com ajuda de sistema eletrônico.
Por fim, o candidato anuncia intervenções estruturais que também fazem parte das carências do sistema de transporte. “Nenhum ponto de parada pode ficar sem abrigo com iluminação e câmera de vigilância”, diz Talles. Ele promete também implantar uma política de investimentos para infraestrutura pública capaz de promover um ganho de 20% na velocidade média dos ônibus na capital. Para este efeito, Talles diz que vai dobrar a quantidade de corredores preferenciais existentes em Goiânia. “Ou os ônibus viram alternativa de qualidade ou nunca teremos uma mobilidade satisfatória”, conclui Talles Barreto.
O Presidente da CMTC, Benjamin Kenedy, recebeu a proposta de Talles com elogio à iniciativa de colocar o transporte como tema relevante na campanha. Junto com Domingos Sávio, diretor técnico do órgão, manifestaram apoio à proposta estrutural para o sistema da Rede Metropolitana, onde a atual CDTC seria extinta (eliminando o foco político), com fortalecimento da CMTC, que tem caráter estritamente técnico.