O secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, participou de audiência pública da Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento para apresentar o relatório do segundo quadrimestre de 2020, referente ao orçamento e às ações da pasta, e com destaque para o enfrentamento da pandemia da covid-19 em Goiás. O encontro foi realizado na tarde desta quarta-feira, 7, com o secretário presente no plenário da Alego e a maioria dos deputados apresentando remotamente suas observações e dúvidas.
Em primeiro lugar, Ismael Alexandrino registrou seu profundo pesar por cada óbito ocorrido em Goiás, mas acrescentou que a gestão do governador Ronaldo Caiado (DEM) foi eficiente na batalha contra o vírus, trabalhando sempre dentro da margem de segurança na disponibilização de leitos e fornecimento de insumos, garantindo, assim, que mais vidas fossem preservadas. “Os dados do gráfico são emblemáticos e mostram o que o Governo tem feito na pandemia. Em março, quando tudo começou, estávamos com 90% do sistema sufocado. Se não tivéssemos ampliado os leitos a tempo em maio teríamos colapsado”, ilustrou.
Também externou seu agradecimento aos trabalhadores da saúde. “Mesmo com medo, entregaram um grande serviço à população, muitos deles se contaminaram e alguns deles tiveram suas vidas ceifadas. Eles têm todo o meu reconhecimento”.
O titular da pasta destacou que a Assembleia Legislativa fez uma contribuição contundente para garantir recursos que foram destinados para amenizar a crise, como a liberação de R$ 10 milhões de seu próprio cofre para a instalação de hospitais de campanha, a aprovação de projetos de leis que permitiram o remanejamento de recursos de outros fundos, de decretos de calamidade pública e outras medidas necessárias.
Ele lembrou que boa parte da verba destinada para o combate ao vírus veio de incursões que a secretaria fez em Brasília para a liberação de recursos reservados a outros projetos que estavam nos cofres do Estado e dos municípios. “Não se tratava de verba nova da União, mas de montantes que compunham outros fundos de Saúde. Ao todo, conseguimos R$ 255 milhões que foram liberados através aprovação de novas legislações”, explicou.
Números
De acordo com Alexandrino, o Governo já destinou 12,96% do orçamento do Estado para a Saúde, cumprindo a vinculação constitucional antes do prazo limite de dezembro. “Em virtude da pandemia do novo coronavírus, o Tesouro Estadual repassou mais recursos”, assinalou.
Com relação às medidas de combate à pandemia, o secretário informou que as últimas apurações mostram 220 mil casos registrados, com 24.832 internações e em torno de 5 mil óbitos. Mas ele assinalou, por outro lado, que passa de 95% a taxa de recuperados. Dados recentes da pasta mostravam, por exemplo, que Goiás ocupa a 14ª colocação em número de casos por habitante, e a 19ª posição em número de óbitos entre as unidades da Federação.
Segundo Alexandrino, o grande quantitativo de contaminados está na faixa dos 30 a 39 anos, no entanto a maioria dos óbitos ocorre na faixa acima de 60 anos, sendo que as doenças associadas que mais vitimam são as cardiovasculares e o diabetes. O gestor ressaltou que a letalidade em Goiás é de 2,2%, abaixo da média nacional, que é de 3,3%.
Foi informado também que o índice de profissionais de saúde contaminados pela covid-19 em Goiás chega a 2,8%, com predominância entre enfermeiros, médicos e fisioterapeutas.
Segundo Alexandrino, foram realizados quase 500 mil testes, sendo 63 mil para cada um milhão de habitantes, resultando cerca de 48% positivos e 51% de negativos para o novo coronavírus. “Goiás adquiriu testes do tipo RT-PCR porque é mais preciso do que o teste rápido, que nos foram repassados pelo Ministério da Saúde e por doação de empresas”, contou.
Informou também que foram criados 363 leitos de UTI para doentes de covid-19 em 16 hospitais, sendo que 320 estão ativos em hospitais de campanha e outras unidades de saúde na região Metropolitana e outros municípios. Já os leitos de enfermaria foram ampliados para 676, dos quais 455 estão ativos no momento.
O secretário adiantou que todos esses leitos continuarão ativos após as medidas restritivas, o que, segundo ele, vai desafogar a grande demanda que havia antes do surgimento da pandemia. “Em nenhum momento, os doentes ficaram desassistidos por falta de UTIs. Todos estes leitos permanecerão no pós-pandemia, o que permitirá a realização de muitas cirurgias eletivas”, frisou.