O governo estadual lançou um projeto que visa corrigir um dos principais gargalos verificados na cadeia produtiva goiana de confecção, mineração e agroindústria: a pouca procura das empresas por fornecedores locais. Com mais de 12 mil lojas ativas, a Região da 44, em Goiânia, foi escolhida como ponto de partida da ação, que é realizada pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) e o Instituto Euvaldo Lodi Goiás (IEL-GO).
O intuito do governador Ronaldo Caiado é criar, cada vez mais, condições para o desenvolvimento contínuo de negócios, em suas mais variadas ramificações, no Estado. Para isso, Codego e IEL atacam o problema na raiz. Diante de um levantamento que apontou que 61% dos grandes e médios empreendimentos pesquisados possuem seus fornecedores em outros Estados ou até mesmo em outros países, governo e instituto criaram o Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável.
O diretor técnico da Codego, Silvio Fernandes, explica que, com o mapeamento das necessidades de produtos e serviços, será possível desenvolver potenciais fornecedores por meio de capacitações, para, em seguida, promover rodadas de negócios, ligando uma ponta a outra da cadeia produtiva.
A capacitação citada por Sílvio é estratégica, vez que a pesquisa realizada pela Codego, em parceria com o IEL, apontou como motivos para a baixa procura por fornecedores locais: entrega fora do prazo (85%), qualidade e alto preço (47%), e dificuldades na negociação (33%). Com o cenário corrigido, o prognóstico é altamente favorável à economia goiana.
“O potencial de crescimento é gigantesco e, para isso, é preciso criar condições para atender essa demanda, que só aumenta”, ressalta o dirigente da companhia estatal, ao falar da indústria têxtil e, em especial, da Região da 44. “Várias cidades goianas tiveram sua realidade transformada por meio da moda. Queremos criar polos, com facções que atendam à necessidade existente, mas nada impede de atender outros mercados ou a criação até mesmo de novas marcas”, afirma Silvio Fernandes.
A gerente de Desenvolvimento Empresarial do IEL Goiás, Sandra Márcia Silva, destaca que o movimento de mobilização e adesão de empresas-âncoras já foi iniciado, e que o projeto conta com o apoio dos empresários da Região da 44. “A ideia é atuar sob demanda, que já existe e é grandiosa. Já apresentamos a proposta para os empresários, e eles se mostraram muito interessados”, conta. “Por isso, vamos tratar agora de cuidar dos pilares de produção, distribuição e capacitação para que mais municípios tenham condições de se tornar produtores, conectando as pontas do processo”, informa.
O Grupo Mega Moda será um dos parceiros dessa etapa. O presidente do conglomerado, Carlos Luciano Martins Ribeiro, ressalta que a estratégia vem ao encontro da necessidade dos empresários. “Com esse projeto, com cadeias produtivas sustentáveis, Goiás pode se tornar o Estado referência em produção de moda no país e Goiânia, a capital da moda. Temos esse potencial”, reforça. “A região geográfica também favorece, recebemos excursões do Brasil inteiro. A avenida é larga para continuar avançando”, diz.
Para contribuir com o processo, Ribeiro relata que pretende criar um ponto de encontro no Mega Moda, que possibilite a realização de reuniões e de apresentações de projetos. “Podemos contribuir com o mapeamento da demanda e no relacionamento entre o lojista, o confeccionista e o faccionista”, exemplifica.
Outros segmentos
Depois de atender a área de confecção, os esforços serão expandidos para os segmentos da mineração e da agroindústria. “Queremos fortalecer nossa economia, as empresas, os produtos locais e as relações comerciais, inclusive conquistando novos mercados”, adianta o diretor técnico da Codego.
O objetivo, continua Fernandes, é ter uma cadeia produtiva pujante, que aproxima segmentos, aumenta o volume de compras locais e amplia os serviços ofertados no Estado. “A nossa proposta é, de fato, garantir a sustentabilidade dos negócios e criar alternativas para o desenvolvimento de Goiás, como determinou o governador Ronaldo Caiado”, pontua.