quarta-feira , 17 julho 2024
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‘Anões goianos?’: deputado goianos tentam minimizar escândalo do ‘orçamento secreto’

Os três deputados federais eleitos por Goiás, citados na reportagem do jornal Estadão sobre orçamento secreto de R$ 3 bilhões no governo federal, tentam minimizar a denúncia e negam irregularidade no suposto esquema de indicação de gastos por parlamentares. Zé Nelto (Podemos), Lucas Vergílio (Solidariedade) e Vitor Hugo (PSL) e José Nelto (Podemos) disseram que é “normal” o pagamento do que chamam de “emendas extras”, fora da cota destinada a todos os parlamentares no orçamento da União. A informação foi publicada no blog assinado por Rubens Salomão no Portal Sagres 730.

O Estão mostrou que o governo federal abria mão da atribuição de indicar gastos e a entregava aos deputados e senadores, principalmente no Ministério de Desenvolvimento Regional e na Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), estatal que passou a ter escritório em Goiás em março de 2020. O esquema se assemelha ao investigado na CPI dos Anões do Orçamento, em 1993, e contraria a Lei Orçamentária e o princípio da impessoalidade nos gastos públicos.

Lucas Vergílio nega que tenha indicado ao colega de partido, Ottaci Nascimento (PR), emendas para compra de máquinas agrícolas para cidade de Padre Bernardo e afirma que as emendas extras não foram atribuídas apenas a parlamentares da base do presidente ou do Centrão, mas também para partidos como PCdoB, PDT e PT.

Já o deputado José Nelto rejeita a existência de um orçamento secreto. “Tudo é público. São emendas extras. Isso é normal. Os parlamentares que trabalham junto aos ministérios indicam o recurso da União para destinação aos municípios”, alega.

Vitor Hugo, por seu turno, afirma que tudo não passa da indicação corriqueira de emendas de relator-geral (RP9), criadas em 2019, e que os municípios têm autonomia para cadastrar as demandas que serão atendidas pelos ministérios. Sobre a acusação de possível superfaturamento de até 259% no preço de máquinas agrícolas e tratores, o líder do PSL alega que a tabela de valores utilizada pela reportagem é desatualizada.