segunda-feira , 25 novembro 2024
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José Vitti rebate críticas de Jardel Sebba

O secretário de Indústria e Comércio, José Vitti, respondeu às críticas feitas pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa, Jardel Sebba. Leia:

“Recebi com espanto o ataque desproporcional do ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Jardel Sebba. No texto, recheado de adjetivos vis que demonstram falta de matu- ridade, ele me acusa de criticar os programas de atração de investimentos dos governos do PSDB, de 1999 a 2008. A crítica que pareceu tão ofensiva a Jardel refere-se à minha análise sobre os dados apresentados, no último dia 17, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O levantamento demonstrou que, de 2008 a 2018, Goiás ficou estagnado na 9a posição do ranking dos estados mais industrializados do Brasil. Em meio a um movimento de descentralização, que contem- plou o crescimento da indústria em várias regiões, a participação goiana no PIB industrial passou de 2,83%, no biênio 2007-2008, para apenas 2,91% em 2017-2018. São fatos apontados por uma instituição ilibada e comprometida com o desenvolvimento da indústria nacional, mas para Jardel e sua trupe, ao que tudo indica, é preciso se esconder da verdade.

Seja como secretário da Pasta que atua em prol da indústria goiana, como político ou como empresá- rio, que não goza de quaisquer incentivos fiscais, não preciso me esconder de nada. Nunca fui cassado de cargo público nem tive contra mim mandados de busca em operações policiais. Integro a equipe do governador Ronaldo Caiado com muita honradez, a fim de prestar minha parcela de contribuição ao povo goiano e de estender meus esforços ao setor produtivo, que também represento. Por isso é que não estou sujeito ao mesmo olhar limitado daqueles que me acusam. Se Jardel enxerga a Política como um time a ser defendido cega e apaixonadamente, eu a enxergo como um instrumento de melhoria das condições de vida em Goiás.

Não tenho a intenção de, sozinho, revolucionar nada, como foi ironicamente sugerido por Sebba. Meu trabalho diário é pela industrialização do território goiano, pela empregabilidade e desenvolvimento do nosso estado. Inclusive, tamanha é minha disposição para colaborar que poderia até mesmo participar da gestão de Jardel Sebba, o que não é possível, visto que este foi derrotado nas eleições munici-pais de Catalão em 2016, quando obteve apenas 26,34% dos votos.

Sem paixões partidárias e comprometido com o setor produtivo é que posso expor e reiterar minha análise técnica, ainda que ela confronte o ego daqueles que querem distorcer a história. Programas de incentivo fiscal não foram inventados pela gestão do PSDB. São um recurso voltado à atração de indústrias para Goiás desde 1971. Tiveram sim sua parcela de contribuição para o desenvolvimento do estado, o que não neguei em nenhum momento. Minha crítica, da qual não me retrato, é de que a con- tribuição de formatos como o Fomentar e o Produzir se exauriu e que as fragilidades dessas iniciativas legaram ao Estado cerca de 439 processos, um passivo judicial de aproximadamente R$ 12 bilhões aos contribuintes goianos, pleiteados pelos municípios a título de repasses de ICMS.

Minha crítica originalmente não é política, mas motivada pela observação dos fatos passados e com- prometida com o futuro do nosso Estado. Precisamos sim atrair investimentos para Goiás, mas não a qualquer custo, não passando por cima da segurança jurídica, da impessoalidade e da transparência. Qualquer indivíduo que não seja um dinossauro parado no tempo evolui com a sociedade. Isso não é ser camaleão. É aprender com a história, é não se eximir de responsabilidades e enfrentar desafios de peito aberto. É, sobretudo, permanecer à disposição do povo goiano.”

José Vitti
Secretário da Indústria, Comércio e Serviços (SIC)