A advocacia está suplicando ajuda e a OAB-GO finge não ouvir. Nos últimos anos, todos vivenciamos o achatamento dos rendimentos, o mercado inchado com milhares de novos profissionais, dificuldades de acesso à Justiça e uma crise sanitária e econômica que castiga a nossa profissão há mais de um ano e meio.
Mais do que isso, vimos que a Seccional goiana usou a pandemia para ‘legitimar’ sua omissão: deixou a advocacia a mercê da própria sorte, abandonou a nossa cara e estimada Ordem, simplesmente se afastou, de forma definitiva, da posição de lutar pelas advogadas e advogados, de buscar uma OAB mais próxima e ativa junto aos seus inscritos.
Os grandes escritórios ligados à atual gestão continuam com bons faturamentos, contratando colegas com baixa remuneração, seguindo o conceito ostentação que vimos predominar nessa gestão, que foi regada a vinhos e charutos caros em meio a crise. Além de demonstrar uma lamentável omissão de responsabilidade é de uma insensibilidade e falta de empatia sem precedentes.
Vimos também um show de investimentos em propaganda com o objetivo de maquiar a atuação pífia que prometeu auxílio e não deu, que prometeu diminuir a anuidade e nada fez, que não enfrentou as demandas reais da advocacia. Ao contrário, se encastelou e geriu por ofícios, foi omissa e espera a eleição chegar para vociferar que mudou a advocacia goiana.
A questão da anuidade é um caso antigo. Em 2018, quando candidato pela primeira vez, fiz uma proposta real e estruturada que garantia a redução da anuidade para toda a advocacia. Apesar de Seccionais de outros estados aplicarem o benefício aos seus inscritos, a OAB-GO, pelo contrário, continuou sangrando a categoria com a segunda anuidade mais cara do país.
Recentemente, apenas como instrumento claramente eleitoreiro – visto que o anúncio foi feito após a divulgação da proposta Anuidade Zero pelo grupo que lidero – a atual gestão afirma que vai iniciar um programa similar em 2022, com benefícios práticos em 2023. Ora, a advocacia não pode esperar mais! Está cansada de promessas infundadas e oportunistas. Nada foi feito em seis anos, agora prometem para o futuro pós eleição em uma tentativa de subestimar a inteligência da categoria.
Não é por essa OAB que eu luto. A Ordem que eu quero estará à frente nas discussões importantes do nosso estado, se pronunciará de forma independente, sem subserviência aos outros poderes. Nosso único partido é a advocacia. Representaremos os que delegarem a nós as suas vozes e os honraremos com ações práticas que, de fato, promovam melhorias na vida dos advogados.
A OAB-GO que eu quero é para a advocacia goiana é voltada para os que estão iniciando as suas carreiras, para as mulheres que ainda sofrem discriminação de gênero, para as minorias que merecem mais espaço, para a advocacia dos mais experientes que ainda tem tanto a contribuir e ensinar, para os escritórios de todos os tamanhos, sobretudo aos que precisam de apoio para crescer. A Ordem que eu quero é nossa, não de um pequeno grupo que insiste em tratar a nossa OAB como um balcão de negócios.
Pedro Paulo de Medeiros, advogado criminalista e ex-conselheiro federal da OAB-GO