Boa resistência hídrica, menor incidência de pragas e doenças e capacidade de suportar temperaturas mais elevadas. Essas características do sistema do cultivo de girassol têm estimulado agricultores goianos a investir, cada vez mais, na produção do grão como alternativa de cultura para a segunda safra, principalmente em sucessão à soja.
Com a atenção maior à cultura, o Estado passou a liderar o ranking nacional de produção de girassol na safra 2020/2021, com estimativa de 42 mil toneladas, crescimento de 27,7% em relação à safra anterior. Esses números integram a edição de julho do Agro em Dados, informativo mensal elaborado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
De acordo com o boletim, Goiás é responsável por 70,1% da produção nacional de girassol, com 20 mil hectares na atual safra, aumento de 2,0% em comparação com a área cultivada na safra 2019/2020 e produtividade média de 2,1 toneladas por hectare, crescimento de 25% em relação à safra anterior. Entre os principais produtores goianos estão Piracanjuba, Vianópolis e Caldas Novas.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça, explica que, no Estado, esse grão é bastante utilizado na produção de biodiesel e pela indústria de alimentos para fabricação de óleo e beneficiamento, além de nutrição animal como farelo, silagem e grão. “Essa diversificação no uso do girassol tem chamado a atenção do agricultor, que já percebeu a viabilidade técnica e econômica dessa atividade agrícola. Isso faz com que o cultivo do grão, que também encanta pela beleza de seus campos de girassóis, cresça cada vez mais no Estado”, destaca.
Período de colheita em Goiás
Normalmente, o girassol deve ser plantado até o dia 15 de março e colhido até 30 de junho, conforme definido na Instrução Normativa da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) nº 08/2017. Entretanto, neste ano, o prazo da colheita foi estendido até 25 de julho. A medida atende um pedido de entidades ligadas ao setor, que solicitaram à Agrodefesa a prorrogação da colheita da oleaginosa. Isso porque, segundo informações publicadas no Agro em Dados, nos últimos dois anos, em razão da alta pluviosidade ocorrida no mês de fevereiro, a soja teve que ser colhida mais tarde no Estado, resultando no atraso do plantio do girassol.
Diante da importância e reincidência da solicitação, a Agência, por meio da Gerência de Sanidade Vegetal, estuda as ponderações, junto às entidades de classe e pesquisa científica, para possível alteração do calendário anual.
De acordo com dados da Agrodefesa, não existem herbicidas seletivos para a cultura do girassol registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o quer torna as plantas voluntárias de soja um problema fitossanitário. Isso porque a presença de plantas vivas de soja nas lavouras de girassol mantém o inóculo do fungo Phakopsora pachyrhizi – agente casual da ferrugem asiática – ativo.
A Agrodefesa desenvolve, no Estado, o Programa de Girassol, que atua, por meio de medidas legislativas, com o foco de evitar que as plantas voluntárias de soja, que surgem no meio da cultura do girassol, não sejam problema no vazio sanitário da soja. Entre os objetivos estão redução da presença do fungo causador da ferrugem asiática nas primeiras lavouras de soja semeadas, diminuição da possibilidade de ocorrência da doença no período vegetativo, entre outros.
Mais informações
O boletim Agro em Dados do mês de julho traz ainda informações e números sobre pecuária – bovinos, suínos, frangos e lácteos – e agricultura – soja e milho. O boletim é produzido e distribuído gratuitamente de maneira digital no site da Seapa. Acesse aqui a edição de julho.