O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) voltou a condenar a obsessão do ministro Paulo Guedes (Economia) em fazer cortes no Sistema S. A reação do líder classista se deu após manifestação do secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, que revelou a insistência do ministro Paulo Guedes de passar a “faca” no Sistema S, notadamente no Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Desde o início do governo Bolsonaro, Guedes diz que pretende levar adiante uma “facada” no Sistema S.
“A fala de Adolfo Sachsida reforça o obsessão de Paulo Guedes e demonstra um grande desconhecimento de como as instituições do Sistema S contribuem, de forma efetiva e permanente, com a inserção de jovens brasileiros no mercado de trabalho, sobretudo os de classes menos favorecidas”, afirmou o líder empresarial.
Segundo ele, a tentativa de enfraquecer duas das principais instituições com capacidade para contribuir com os esforços de reduzir a informalidade e o desemprego no país é condenar uma parcela da população à pobreza.
Sandro Mabel lembrou que o SENAI é a principal instituição de ensino técnico e profissional do país, com mais de 80 milhões de trabalhadores formados em oito décadas de atuação. Seu modelo de formação mantém o currículo sempre alinhado à evolução tecnológica da indústria, o que se traduz em inclusão e empregabilidade para os jovens capacitados em diversos setores da indústria.
De acordo com ele, 7 em cada 10 de seus egressos – cuja renda média é de 1,54 salário-mínimo (a renda média do país é de 2,54 SM) – encontram-se empregados um ano após a conclusão da formação técnica, resultado de uma metodologia eficaz e em constante atualização, reconhecida pela OIT e pela Unesco e replicada em mais de 20 países.
Já o SESI, observou Sandro Mabel, oferece educação básica focada na formação para o futuro do trabalho a mais de 900 mil jovens. “Sua metodologia é de reconhecida excelência e seus alunos têm elevado desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Em 2020, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) beneficiou 36,7 mil trabalhadores já fora da idade escolar, permitindo a conclusão dos estudos e maior possibilidade de inserção no mercado de trabalho e crescimento profissional”, assinalou.
O dirigente da Fieg registrou que em 2020, o SESI e o SENAI formaram a primeira turma do Novo Ensino Médio, numa experiência pioneira no Brasil. São 198 jovens, dos quais 13% da classe C e 87% da classe D, que chegam ao mercado de trabalho com um diploma técnico.
“Somente em 2020, 4,3 milhões de trabalhadores foram beneficiados com serviços de saúde e segurança do trabalho e 869 mil vacinas contra a gripe foram aplicadas. Em 2021, o SESI já apoiou o poder público na vacinação de mais de 730 mil brasileiros contra a Covid-19, reforçando o compromisso de acelerar a imunização dos trabalhadores, sem a qual o Brasil não retomará uma rota firme e consistente de crescimento econômico”, sublinhou.
Sandro Mabel salientou que, durante os meses mais agudos da pandemia, em 2020, o SENAI ofereceu mais de 1,5 milhão de matrículas gratuitas em cursos de educação técnica e profissional para contribuir com a continuidade da formação e qualificação dos trabalhadores brasileiros.
“Em parceria com mais de 20 empresas e instituições – entre as quais o Ministério da Economia – o SENAI liderou a iniciativa que resultou no conserto de mais 2,5 mil respiradores mecânicos que foram devolvidos a hospitais das redes pública e privadas, contribuindo para salvar as vidas de milhares de pacientes infectados pelo coronavírus”, concluiu.