O presidente Jair Bolsonaro fez 1.682 declarações falsas ou enganosas em 2020, uma média de 4,3 por dia. Os dados são do Relatório Global de Expressão 2021, com dados de 161 países, produzido pela organização não-governamental (ONG) Artigo 19 sobre liberdade de expressão, lançado nesta quinta-feira, 29.
De acordo com o documento, as declarações falsas ou enganosas de Bolsonaro contribuíram para a aumentar o número de casos de covid-19 no País. Desde que o chefe do Executivo assumiu o mandato, em 2019, Bolsonaro fez 2.187 declarações falsas ou distorcidas, uma média de três por dia. No entanto, o volume diário de desinformação espalhada foi significativamente maior em 2020 em meio à pandemia da covid-19, crise econômica e eleições municipais.
O documento destaca algumas falas de Bolsonaro, como ao chamar a doença de “gripezinha”, e “promoção de discursos antivacinas e anti-isolamento, piorando as taxas de infecção e causando uma crise de informação com discursos altamente polarizados”.
No combate contra a covid-19, a Artigo 19 faz críticas à falta de transparência nos números da pandemia em alguns países, entre eles o Brasil. O texto pontua que 35% dos pedidos de informação feitos durante o governo Bolsonaro foram respondidos com informações incorretas, 25% com desinformação intencional, 20% com censura de informações e 5% com informações parciais. Só 15% dos pedidos foram respondidos de forma completa.