sexta-feira , 19 julho 2024
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Secretaria de Saúde leva mamografia a comunidades quilombolas de Goiás

Edilene é uma das moradoras de Cavalcante que conseguiram fazer mamografia na Carreta da Prevenção
A Unidade Móvel de Prevenção ao Câncer de Mama e de Colo Uterino está na cidade de Cavalcante para atender mulheres nessas comunidades distantes dos grandes centros. A Carreta da Prevenção, como é chamada, é vinculada à Policlínica de Regional Posse, unidade do Governo de Goiás, e percorre cidades do Nordeste Goiano levando exames de mamografia e preventivo de colo uterino.

Cavalcante fica no extremo Norte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e é o território que abriga o Quilombo do Calunga, o primeiro território quilombola reconhecido pela Organização das Nações Unidas. A cidade tem forte identificação com os quilombolas que resistiram culturalmente por séculos e hoje são a marca registrada de belas paisagens e uma cultura rica.

A Policlínica de Posse é uma unidade da rede estadual de saúde e tem atenção voltada para essas comunidades. Diretora da unidade, a enfermeira Silvana Jardinismo explica que o objetivo é proporcionar exames e atenção especializada às populações diferenciadas. “Nossa meta é facilitar esse tipo de exame, como mamografia, para mulheres que teriam maior dificuldade para chegar a locais onde seja feita a regulação para esse tipo de procedimento”, comenta.

Por dia são realizados mais de 30 mamografias e outro número de exames Papanicolau na Carreta da Prevenção. Edilene Henrique Barbosa é uma dessas quilombolas que conseguiu fazer a mamografia. Aos 41 anos, casada e mãe de dois filhos ela nunca havia feito o exame, apesar de recomendação médica para cuidados com a prevenção.

Junto com ela, outras mulheres fizeram a triagem e também aguardavam para fazer a mamografia: 9 em cada 10 nunca puderam ser submetidas a esse exame. A maioria revela que precisaram se deslocar até Brasília, Goiânia ou Anápolis para fazer a mamografia e, assim mesmo, precisaram pagar. “Esperar para fazer pelo SUS é um sofrimento que dura quase dois anos, então muitas resolvem pagar do próprio bolso”, comentou uma das mulheres.

A quilombola Edilene hoje mora na cidade e trabalha no hospital municipal. Mesmo assim, toda a família, como mãe e irmãs, vivem na comunidade Capela, uma das cinco comunidades calunga, que abrigam mais de 200 famílias e cuja ocupação do território remonta ao Ciclo do Ouro. A demanda de mulheres para serem submetidas a mamografia é de mais de 500 pacientes, numa fila que as autoridades de saúde esperam zerar com esse ciclo de atendimento.