Chama a atenção nos debates cada vez mais acalorados na eleição da OAB de Goiás a repetição de promessas de campanha da chapa oficial, encabeçada pelo advogado Rafael Lara. Ao lado do atual presidente Lúcio Flávio, Lara repete promessas já feitas em 2015 e 2018 e não concretizadas. Fato que virou alvo de críticas dos opositores, especialmente de Rodolfo Mota, dissidente do grupo de situação.
Entre as propostas da chapa da situação, Lúcio e Lara repetem o compromisso de reduzir a anuidade da OAB, coisa que em mais de cinco anos de gestão eles não fizeram. A anuidade da OAB goiana é hoje inexplicavelmente a segunda mais cara do Brasil.
Outro ponto contraditório das propostas de Lúcio e Lara diz respeito ao que chamam de “independência” da Ordem. Em 2015, eles criticavam o ex-presidente Henrique Tibúrcio por ter assumido cargo no governo do Estado. Agora, Lúcio Flávio esquece o que criticou e faz o mesmo, ao indicar o irmão Luiz Antônio de Paiva para um cargo de primeiro escalão no governo de Ronaldo Caiado.
E na última semana, Lúcio Flávio, junto com Rafael Lara, praticamente rasgou uma das bandeiras da atual gestão. Em meio às dificuldades da candidatura de Rafael Lara, que patina nas pesquisas, os dois foram buscar o apoio do ex-presidente Enil Henrique, a quem acusaram, durante cinco anos, de ter deixado um rombo na OAB.
Com promessas repetidas e ações como a de buscar o apoio de Enil, Lúcio Flávio e Rafael Lara encarnam um mantra ruim da política: façam o que eu falo, mas não façam o que eu faço. Promessa e realidade parecem andar distantes na atual gestão da OAB goiana.