Reportagens em O Popular e na TV Anhanguera destacaram os gastos dos deputados estaduais com a verba indenizatória, que foram elevados no mês de julho, recesso parlamentar.
Dois parlamentares foram citados como maus exemplos, por terem pagos lanchonetes com a verba: Túlio Isac (PSDB) e Álvaro Guimarães (PR), ambos da base governista.
Ora, se é pra se escandalizar com o uso irregular da verba indenizatória, nenhum caso é mais forte que o da deputada federal dona Iris Araújo (PMDB). Despesas com lanchonete são fichinha perto do que dona Iris tem feito, pagando estadias em resorts românticos no litoraL; comprando vinhos finos no bairro de Ipanema, no Rio; comprando produtos gourmet no Empório Piquiras, em Goiânia; e até pagando pelo menos uma diária em um motel de Brasília.
E tem muito mais.
Tudo documentado com notas fiscais e recibos apresentados pela própria deputada à Câmara Federal, que fez a ela o ressarcimento – claro, com recursos públicos.
Notas em lanchonete podem até ter a ver com o exercício do mandato parlamentar, já que deputados costumam pagar despesas de eleitores que vêm do interior para resolver problemas na capital – e isso não é ilegal.
Mas, a lista exótica de despesas de dona Iris nem Aristóteles conseguiria justificar como “gasto parlamentar”, ainda que só para isso ressuscitasse.
Tudo irregular mesmo.
O Popular e a TV Anhanguera, entretanto, não se interessaram pelo verdadeiro escândalo em se tratando de deputados goianos e de verba indenizatória: dona Iris.