domingo , 24 novembro 2024
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Idoso morreu em estudo da Prevent com cloroquina

Rogério Antonio Ventura, de 83 anos, morreu no dia 25 de abril do ano passado sem que seus familiares soubessem que ele participava de um estudo com uso da cloroquina, realizado pelo plano de saúde Prevent Senior com seus pacientes. De acordo com uma reportagem da Globonews, Ventura era o paciente “192” em uma lista com 636 nomes e com dados de um estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina associada à azitromicina. Os familiares só tomaram conhecimento de que ele havia participado dos testes pela equipe de reportagem da emissora.
Ainda segundo documentos, Ventura é um dos nove pacientes que morreram no experimento. A operadora ocultou sete óbitos. O estudo da Prevent está sendo investigado pela CPI da Pandemia, pelo Ministério Público Federal e pelo Conselho Federal de Medicina.
Ventura foi internado com “mal-estar” e não recebeu diagnóstico de Covid. Seu prontuário confirma que ele foi incluído na pesquisa sobre cloroquina. Ainda segundo o documento, ele tinha problemas cardíacos, era hipertenso e apresentou quadro de arritmia enquanto foi atendido pela Prevent Senior. Também fazia uso regular de várias medicações.
Por causa desse histórico, não era um paciente indicado para receber a cloroquina pelos riscos do uso do remédio para o coração. De acordo com o relato de familiares, a Prevent, porém, prescreveu a medicação duas vezes num período de um mês, uma delas sem que a família ou o próprio Ventura fossem avisados.
Ventura não foi submetido a um teste para saber se de fato estava com Covid e não passou por eletrocardiograma, que é uma exigência estabelecida no próprio protocolo da Prevent quando há prescrição de cloroquina. A família diz que a Prevent nunca apresentou a ele ou aos familiares o termo de consentimento para o uso da medicação e participação do estudo.