quarta-feira , 17 julho 2024
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Sandro Mabel e Vanderlan criticam falta de políticas para desenvolvimento da indústria

No ponto mais alto até aqui das comemorações dos 70 anos da Fieg, iniciadas no fim do ano passado, Goiânia tornou-se esta semana a capital da indústria brasileira, ao sediar, segunda e terça-feira (28/09), reunião da Confederação Nacional da Indústria (CNI), marcada por fortes cobranças por políticas públicas para incentivar o desenvolvimento do setor.

Em momento festivo, a CNI e a Federação das Indústrias do Estado de Goiás realizaram a entrega da Medalha do Mérito Industrial, a maior honraria da indústria brasileira a duas personalidades com atuação regional e nacional, o senador e empresário Vanderlan Cardoso e o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador e presidente do conselho da Caoa Montadora, que morreu em agosto, aos 77 anos. Por sua vez, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, foi também homenageado, recebendo título de Cidadão Goiano, concedido pela Assembleia Legislativa de Goiás, por iniciativa do deputado Virmondes Cruvinel.

“A exemplo da CNI, a Fieg vem levantando bandeiras importantes em defesa da indústria, defendendo reformas estruturais, como a Reforma Tributária, e fazendo alertas, apontando consequências como a desindustrialização, a desidratação em uma década da estrutura da produção da indústria de transformação no Brasil, com perda significativa da participação do grupo de setores industriais de bens de média e alta tecnologia no País e aumento da presença dos setores de baixa tecnologia”, afirmou o presidente da Fieg, Sandro Mabel, na abertura da reunião.

No discurso, ele aproveitou para reiterar a defesa da industrialização de matérias-primas em solo do goiano e criticou a falta de políticas públicas nesse sentido. “Aqui em Goiás, há tempos, falamos isso diante de ouvidos moucos do governo estadual. Ou seja, elegemos a industrialização de grãos (soja e milho) e minérios entre os pilares do desenvolvimento da indústria goiana, sobretudo no momento de retomada da economia pós-Covid-19, capaz de agregar valor às nossas matérias-primas, aumentar a arrecadação aos cofres públicos, gerar empregos e renda”, disse Sandro Mabel. “Ninguém fica rico só exportando matéria-prima, vendendo commodities e comprando produtos processados. Precisamos incentivar a industrialização para criar riqueza aqui, beneficiar a nossa população com geração de empregos, pagar tributos ao nosso Estado para que ele se desenvolva e cresça como nós merecemos”, sublinhou. Leia aqui na íntegra o discurso do presidente da Fieg

Obstáculos no caminho da indústria

Ao receber a Medalha do Mérito Industrial, o senador Vanderlan Cardoso apontou os “inúmeros obstáculos” enfrentados pela indústria. “A concorrência desleal, o excesso de obrigações, a carga tributária elevada, complexa e burocrática; a elevação de preços de combustíveis e a alta de preços causada por monopólios, como o das resinas. Os desafios da indústria goiana e brasileira vêm batendo em nossa porta há tempos”, afirmou.

Empresário, com atuação no ramo de alimentos e bebidas e proprietário fundador do Grupo Cicopal, com sede em Senador Canedo e fábricas também no Pará e na Bahia, Vanderlan Cardoso defendeu a consolidação de uma política sólida voltada ao desenvolvimento industrial do Estado de médio e longo prazo, que “requer uma infraestrutura com pelo menos a garantia básica de rodovias transitáveis, ferrovias, energia de qualidade e custo acessível e água, pois todos aqui sofrem com o fantasma das crises hídricas recorrentes”. O senador citou ainda as altas taxas de administração e juros, mesmo advindos dos Fundos Constitucionais. “Chega-se ao absurdo de que no Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), o custo dos juros para a indústria é pós-fixado e para o agronegócio é pré-fixado”, criticou.