quarta-feira , 17 julho 2024
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FMI reduz projeção e estima que Brasil vai crescer só 1,5% em 2022

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu as projeções de crescimento do Brasil, em especial a de 2022. De acordo com o relatório Perspectiva Econômica Mundial, a estimativa de variação do Produto Interno Bruto (PIB) do País no próximo ano recuou de 1,9% para 1,5%. Para 2021, variou de 5,3%, divulgada em julho, para 5,2% agora.

A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, afirmou que o “pequeno corte” na projeção para o crescimento do Brasil neste ano é resultado do aperto na política monetária e do quadro econômico nos Estados Unidos. Ela citou o País brevemente, durante entrevista coletiva no lançamento da publicação.

A revisão é fruto dos “efeitos que esperamos com a alta dos juros na política monetária, diante da inflação alta no Brasil e também por causa da previsão de menos crescimento nos Estados Unidos, que é um importante parceiro comercial”, disse Gopinath. O FMI também notou que o avanço dos preços das commodities (matérias-primas cotadas em dólar) e o retorno dos setores industrial e de serviços após o auge do choque da pandemia da covid-19 “têm sido importantes para a recuperação” brasileira.

O FMI estima que o IPCA chegará a 7,9% no final deste ano, acima dos 4,6% informados anteriormente, e que em 2022 este índice de preços ao consumidor avançará 5,3%, superior aos 4% estimados há seis meses. Segundo o FMI, a projeção para o déficit de transações correntes como proporção do PIB caiu um pouco para 2021, de 0,6% para 0,5%, e aumentou para o próximo ano, de 0,8% para 1,7%.

No caso da taxa de desemprego, o FMI reduziu as estimativas de 14,5% para 13,8% em 2021 e de 13,2% para 13,1% no próximo ano. Entre os poucos comentários sobre a evolução da economia do Brasil, o documento destaca que as projeções para as contas públicas refletem anúncios de políticas de estímulo pelo governo e consideram “conformidade total com o teto constitucional de gastos”.

O FMI apontou que premissas para a política monetária no País “são consistentes com a convergência da inflação em direção ao centro da meta no final de 2022”. O fundo citou que as ações do Banco Central “mudaram para uma postura menos acomodatícia desde o final de 2020”, o que também ocorreu no Chile, no México e na Rússia.