Matéria do Jornal A Redação:
Os hospitais estaduais goianos amanheceram nesta terça-feira (23/11) com 26% de ocupação nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados ao tratamento da covid-19. O índice é o menor desde o ínicio da pandemia no intervalo de dados disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), que vai de 27 de maio de 2020 a 23 de novembro de 2021.
O número de internação nas UTIs dos hospitais estaduais caiu ao menor nível no momento de redução da oferta de vagas nas unidades geridas pelo Governo de Goiás. Com a redução de novos pacientes internados, a partir de setembro, a SES-GO começou um processo de desmobilização de parte da rede exclusiva de atendimento a casos de covid-19 para conseguir atender a demanda reprimida em outras especialidades de saúde.
Em meio à pandemia, a rede estadual chegou a contar com 597 leitos de UTI para atendimento apenas a pacientes com covid-19 ou sintomas suspeitos da doença. Isso ocorreu no intervalo de 11 de julho a 11 de agosto de 2021, quando a taxa de ocupação variou de 81% a 79%. A reportagem decidiu considerar os dados consolidados até segunda-feira (22/11), data na qual a disponibilidade de vagas nas UTIs estaduais era de 374.
O número de leitos de UTI disponíveis na segunda-feira – 374 – para pacientes com covid-19 ou sintomas suspeitos é a menor desde o dia 23 de fevereiro de 2021, quando 380 vagas eram destinadas ao tratamento da doença. Na manhã desta terça-feira (23/11), a plataforma da SES-GO informa que os hospitais geridos pelo Estado contam com 358 leitos de UTI para pessoas com a doença, o que representa 71,31% do total de vagas abertas no período de julho a agosto deste ano, 597.
Pior momento
Quando Goiás chegou ao pior momento nas internações por covid-19, entre 13 e 27 de março de 2021, a ocupação das UTIs estaduais atingiu o índice de 98%. De acordo com os dados da SES-GO, eram 468 leitos de terapia intensiva nos hospitais geridos pelo Estado no dia 13 de março e 502 no fim do período de maior atendimento, com 502 vagas abertas.
No momento com mais leitos em funcionamento nas UTIs estaduais, em março, Goiás chegou a ter 491 pacientes em tratamento simultaneamente nas unidades geridas pelo Estado. Hoje, 71,31% daquele total de 502 vagas continuam abertas com destinação exclusiva para pacientes com covid-19. Ainda assim, a taxa de ocupação caiu para 26%, com 88 pessoas internadas, seis vagas bloqueadas e 264 leitos disponíveis para novos pacientes nesta terça-feira.
Estaduais e particulares
Ao considerar o total de vagas de UTI para tratamento da covid-19 em Goiás, tanto na rede pública quanto na particular, o Estado já chegou a estar com 1.950 pacientes internados ao mesmo tempo em um só dia, 1º de agosto de 2021. Ao contrário do que foi registrado há quase quatro meses, na segunda-feira (22/11) o número de pacientes que ocupavam vagas com covid-19 ou sintomas suspeitos nas UTIs das redes pública e privada em Goiás era de apenas 161 pessoas.
O dia 29 de junho deste ano é a data com maior registro de leitos abertos de UTI nos hospitais privados e públicos de todo o Estado. Pela plataforma da SES-GO, as informações repassadas pelas próprias unidades de saúde davam conta de 1.555 vagas para tratamento exclusivo da doença.
Já o dia com o menor registro de leitos em funcionamento para tratamento da covid-19 nos hospitais particulares e públicos de Goiás veio em 15 de novembro de 2021, com 544 vagas abertas.
Disponibilidade dinâmica
No dia 19 de outubro, o secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, explicou ao A Redação que a disponibilidade de leitos de UTI “sempre foi dinâmica”. “À medida que começou a diminuir drasticamente a ocupação, passamos a modificar o perfil dos leitos exclusivos de covid-19 para leitos gerais, tendo em vista que se faz necessário equilibrar e acelerar as cirurgias eletivas para outras patologias que também precisam de leitos de retaguarda”, afirmou o titular da SES-GO.
Ainda, de acordo com o secretário, “o momento permite” o remanejamento das vagas de UTI exclusivas de covid-19 para outras especialidades de saúde. “É oportuna e absolutamente necessária esta mudança de perfil”, pontuou.