domingo , 22 dezembro 2024
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Fieg encerra missão em Dubai de olho em exportar mais e atrair investimentos estrangeiros

“Uma grande oportunidade de aproximar empresários goianos do mercado mundial, com ênfase em negociações com Oriente Médio e Ásia”. A afirmação é do vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) Flávio Rassi, que liderou a delegação da Fieg à Expo Dubai. A missão empresarial foi realizada de 10 a 19 de novembro e contou com participação de 27 empresários goianos de oito macro setores da indústria local.

“O Brasil e Goiás puderam ver quantas oportunidades temos em vários setores da economia, tais como infraestrutura, energia, turismo, agronegócio, indústria, serviços e major capital”, disse Flávio Rassi ao avaliar a participação goiana na feira. Para ele, a aproximação com o mercado árabe proporcionará não só a exportação de produtos made in Goiás, mas também a atração de recursos financeiros e tecnologia a serem aplicados na indústria goiana, revertendo em renda, emprego e desenvolvimento para o Estado.

“Retornamos ao Brasil com a expectativa de que o evento promova mais de 140 oportunidades de negócios, com potencial de atração de investimento superior a US$ 10 bilhões para o País”, disse Rassi. O cálculo foi estimado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), organizadora-geral da missão empresarial juntamente com a Apex Brasil.

Entretanto, Flávio Rassi destaca que é preciso a indústria nacional superar alguns desafios. “É fundamental adequar nossos produtos às regras islâmicas, sobretudo o setor de alimentos e bebidas. Nos outros segmentos, as adequações são principalmente culturais, como a preferência de produtos exclusivos ou premium aos produtos mais baratos”.

No total, a delegação brasileira reuniu 327 representantes de 230 indústrias e instituições de todo o Brasil. A Expo Dubai contou com participação de expositores de 192 nações, organizados em três grandes grupos com ênfase em Mobilidade, Oportunidade e Sustentabilidade.

NOVOS NEGÓCIOS
O presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Anápolis (SindAlimentos), empresário Wilson de Oliveira, do Café Rancheiro, retornou de Dubai com novos negócios engatilhados. “A missão superou nossas expectativas! Conseguimos fechar negócio com uma trade, que possui gôndolas em lojas de conveniência em 453 postos de gasolina. Foi uma venda de 18 toneladas de bolachas e wafers, totalizando três contêineres. Retornamos confiantes de que esse é o primeiro negócio de muitos que virão com o mundo árabe”, disse.

Para ele, o apoio da CNI, Fieg e do Centro Internacional de Negócios (CIN) foi fundamental. “Essa aproximação com os países árabes já estava no planejamento da empresa. A ida à Expo Dubai antecipou esses contatos. Para nós, o networking empresarial entre compradores e vendedores foi o mais importante, com troca de contatos e informações e apresentação do nosso catálogo de produtos”, afirmou Wilson, confiante no retorno de novos negócios.

Há 36 anos no mercado, o Café Rancheiro distribui produtos em todo o Brasil, exportando para alguns países, como Venezuela. O catálogo inclui toda uma linha de cafés e biscoitos, com mais de 100 itens comercializados.

INDÚSTRIA DO CAFÉ
A missão à Expo Dubai também foi marcada pela entrega de petição do Sindicato da Indústria de Torrefação e Moagem de Café do Estado de Goiás (Sincafé), contestando a Portaria 364, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que estabelece série de exigências às empresas do setor. O documento foi entregue em mãos à ministra Tereza Cristina – que integrou comitiva liderada pelo presidente Jair Bolsonaro à feira internacional – pelo presidente do Sincafé, Jaques Silvério, e pelo vice-presidente da Fieg André Rocha.

 

“A portaria está em consulta pública e prejudica muito o setor, principalmente as indústrias de torrefação e moagem de café de pequeno porte, já que estabelece muitas normas e exigências que são impossíveis para pequenas empresas cumprirem”, afirmou Jaques Silvério, citando como exemplos a exigência de indicar nas embalagens o grau de torra do café e a porcentagem de blend arábica e robusta.

“São exigências praticamente impossíveis, que exigem implantação de grandes laboratórios nas plantas industriais, além da contratação de técnicos e profissionais, inviabilizando a produção. É uma exigência absurda, que apenas grandes empresas multinacionais teriam estrutura de tal envergadura. Nem mesmo o ministério tem estrutura implantada para essa fiscalização”, avaliou.

Segundo o empresário, a ideia inicial era que o Mapa fiscalizasse questões de impurezas do café, algo que o próprio setor, por meio Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), já autofiscaliza com adoção do Selo de Pureza. A movimentação do Sincafé em defesa do pleito já apresentou resultados, com mobilização de outras entidades representativas do setor e compromisso da ministra Tereza Cristina em contribuir para a solução do impasse.