Entre o fim do século XIX e a década de 1980, quase 150.000 crianças indígenas, métis e esquimós foram recrutadas à força em 139 internatos no Canadá. Os menores foram afastados de suas famílias, de sua língua e sua cultura.
Milhares de crianças morreram – as autoridades calculam que o número oscila entre 4.000 e 6.000 -, em sua maioria de desnutrição, doenças ou negligência, no que o Comitê para a Verdade e a Reconciliação chamou de “genocídio cultural”, de acordo com um relatório de 2015. Outros foram abusados física ou sexualmente.
O papa Francisco pediu “desculpas” nesta sexta-feira (1º) pela tragédia da violência exercida durante décadas em internatos católicos para indígenas no Canadá e expressou o desejo de viajar ao país no fim de julho.
“Já disse e repito: sinto vergonha e dor pelo papel que vários católicos, em especial com responsabilidade educacional, tiveram em tudo o que os feriu; nos abusos e na falta de respeito por sua identidade, cultura e até mesmo valores espirituais. Tudo isto é contrário ao Evangelho de Jesus”, disse o Papa, encerrando uma semana de encontros com delegações indígenas do Canadá.