Quando a base de Caiado na Assembleia Legislativa acordou para a a vida, a CPI da Saúde já era uma realidade nesta quarta-feira (8). Os gritos do líder do governo, Bruno Peixoto (UB), ecoavam pelos corredores da casa e vazavam pela transmissão no YouTube. “A bronca de Caiado deve ter sido grande”, disse o deputado Paulo Trabalho (PL). Chiquinho Oliveira (UB), que virou turista nas sessões, quis dar uma de parlamentar experiente e se perdeu nas desculpas arranjadas, improviso para tentar barrar a investigação. Chiquinho estava mais preocupado com a própria reeleição do que em ler o Diário Oficial da Assembleia, que há um tempão tinha publicado sobre a CPI.
Por que os deputados caiadistas tentaram derrubar a Comissão Parlamentar de Inquérito? Por que Caiado ficou tão furioso? O que o governo que esconder?
Quer esconder muito mais do que a vergonha de sua incompetência. Por trás da gestão fracassada estão: filas de espera de 6 horas, pessoas morrendo em casa sem atendimento e corredores dos Hospitais de Urgências estaduais lotados. E por trás de tudo isso estão as Organizações Sociais, cujos “donos” faturam alto pelo serviço que não realizam.
A dor de cabeça do governo aumenta por saber que existem indícios de envolvimento político do núcleo caiadista com esses chefões das OSs, e possíveis denúncias de desvio de dinheiro e caixa dois para campanhas eleitorais. Dinheiro público entregue de mão beijada para quem não cuidou da saúde. Pode estar aí a resposta por tamanha balburdia na sessão de ontem na Assembleia.
Caiado estava furioso, feito siri na lata, e descontou no líder do governo, Bruno Peixoto, que cobrou dos aliados, acusou a oposição de “fraude” e possível falsificação de assinaturas. Muitos gritos e poucos resultados. A vida é bela, senhores! Bela! A vida como ela é: a Saúde doente poderá derrubar o médico Ronaldo Caiado.
Cristiano Silva
G24H