Não colou a justificativa do Secretário-geral da Governadoria de Caiado, Adriano da Rocha Lima, ao jornal O Popular sobre a recomendação do Ministério Público para a Metrobus, de não colocar em circulação ônibus com mais de 5 anos de rodagem.
Palavras de Adriano: “É o tipo de coisa que nos deixa frustrados. Há incoerência nisso. Não nos deixam renovar a frota e agora querem tirar os ônibus de circulação. Não tem como acatar isso ou vai ficar sem transporte”.
Meias verdades
Ao dizer que o Ministério Público é incoerente, Adriano cometeu um erro. Trocou fiscalização por incoerência. Esqueceu de mencionar que Caiado quis trocar a frota no rompante das eleições, depois de três anos e meio de descaso com a coisa pública e do tanto de dinheiro que foi enviado para manutenções que nunca ocorreram, só em 2021 foram R$ 46 milhões.
O Ministério Público de Goiás não barrou a renovação da frota. O MP vetou uma negociata, denunciada pelo deputado Gustavo Sebba (PSDB), com superfaturamento onde o preço que o governo Caiado estava disposto a pagar pelo aluguel de uma frota daria para comprar duas iguais. Estamos falando de R$ 1,4 bilhão. Isto não é trocado de pão. O MP quis entender a justificativa, dentro dos tramites legais, sobre a negociação de cartas marcadas, já que a empresa já estava com os ônibus em Goiânia e a Metrobus não conseguiu explicar.
Outro detalhe: os ônibus elétricos não resolveriam o problema de imediato, até porque o corredor do Eixo precisa de uma grande reforma, que começou a ser feita pela prefeitura de Goiânia.
Quando a promotora Leila Maria recomendou a troca dos veículos do Eixo Anhanguera por outros que tenham no máximo 5 anos de uso, ela o fez pensando nas vidas perdidas nas sucatas ambulantes, colocadas em circulação, irresponsavelmente pelo governo. A resposta do senhor Adriano, ao resumir a recomendação com a frase “não tem como acatar isso”, soa como desaforo. E o Estado de Goiás não pode ser “tocado” no desaforo.
Enquanto isso a população sofre. Nesta terça-feira (23) a porta do ônibus se abriu durante a viagem, algo parecido com outros dois casos que ceifaram as vidas de duas pessoas em menos de 2 meses. Veja no vídeo;