A pesquisa do Instituto Diagnóstico, publicada no site Diário de Goiás, na última terça-feira (27), mostra que Caiado ganhou a simpatia de 62% dos eleitores de Lula. Essa deve ser a explicação para sua decisão de ficar mais ao lado do PT do que na linha de frente, confrontando, como fazia com Dilma Rousseff.
Caiado quer se beneficiar dos votos leais de Lula, já que perdeu os bolsonaristas. Durante esta campanha eleitoral, que está acabando, em nenhum momento você viu Caiado negando ou repudiando o petista.
O argumento do governador para não bater de frente com o PT, como sempre fez, é dizer que a polarização entre Bolsonaro e Lula não interfere na escolha do governador e por isso ele segue “morno”, “sem sal e sem doce”.
Não colou: Goiás é considerado reduto do bolsonarismo, principalmente no sudoeste goiano, onde em Rio Verde ele tomou uma vaia histórica em um evento do presidente. Caiado, deveria, por gratidão a Bolsonaro, pelo menos manter o discurso “contra a esquerda” que ostentou em 2018 para surfar na onda bolsonarista. Até porque mudar radicalmente de posição pode parecer oportunismo político.
O vento soprou e empurrou Caiado para o lado esquerdo do tabuleiro. A ex-prefeita da cidade de Goiás, Selma Bastos, que está apoiando Caiado e é candidata a deputada na base governista, sempre foi petista. Há poucos meses, após uma mudança “cirúrgica”, ela trocou de sigla partidária. Selma é tida dentro da base de Caiado como peça chave para buscar os votos “lulistas” tão almejados por ele.