No debate da Band no último domingo (16), o candidato Jair Bolsonaro (PL) não conseguiu responder a pergunta de Lula (PT) sobre quantas Universidades o atual governo construiu.
O presidente saiu pela tangente, não respondeu, mas acabou derrapando em seu próprio intelectual, um tanto limitado, e ao dar exemplos de profissões para os jovens pobres mencionou marceneiro e auxiliar de enfermagem, ofícios dignos e honrosos, sem dúvida. Mas o que Bolsonaro expressou foi a visão excludente (a mesma de Guedes e de Milton Ribeiro), de que a universidade não cabe nos sonhos da juventude das periferias.
A aversão aos pobres também ficou explícita quando o tema foi a visita de Lula a uma comunidade, no Rio de Janeiro. Bolsonaro disse que só tinha “traficante” e tentou criminalizar o boné de seu adversário, dizendo que as letras CPX teria relação com alguma facção. Isso é conversa fiada.
CPX é uma abreviação da palavra “complexo”, expressão utilizada para se referir a um conjunto de favelas. Aliás, o boné vai a leilão. A Ong Voz das Comunidades, do Rio, pretende usar a renda para comprar 1.000 cestas básicas e distribuir para distribuir as famílias em situação de vulnerabilidade social.