Lula teve o apoio do povo. Sobretudo, esta foi uma vitória da união de todos pela democracia, que nunca esteve tão ameaçada como agora. O resultado foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 19h57, quando 98,81% das urnas já tinham sido apuradas. Lula tinha 50,83% dos votos válidos e não poderia mais ser alcançado por Bolsonaro, que contabilizava os outros 49,17% de votos válidos. Vitória da união, com destaque para Simone Tebet (MDB) e Geraldo Alckimin (PSB), que abraçaram a campanha de Lula no segundo turno.
Menino pobre, retirante
Filho do casal de lavradores Aristides Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Mello, a dona Lindu, Lula nasceu em 1945 no interior de Pernambuco. Aos sete anos, subiu em um caminhão pau de arara rumo a São Paulo. Veio do nordeste, mas nunca esqueceu seu povo e sua gente. O nordeste deu a vitória ao filho.
Em 2002, com o mote de que a esperança venceria o medo da vitória de um candidato de esquerda, Lula caminhou ao centro com sua versão “paz e amor”. Para acalmar temores do mercado financeiro, lançou a “carta ao povo brasileiro”, na qual disse que manteria as contas públicas sob controle.
A estratégia deu certo. Lula foi eleito com 52,7 milhões de votos. Derrotou no segundo turno José Serra (PSDB), candidato governista.
Em 2006, Lula recebeu 58,2 milhões de votos e venceu Geraldo Alckmin – que estava no PSDB – no segundo turno. Reeleito, lançou novos programas, com destaque para a política de habitação do Minha Casa, Minha Vida e para as obras de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).