O Ministério Público Eleitoral denunciou o uso de servidores da prefeitura de Anápolis/GO na campanha eleitoral da deputada eleita Vivian Naves (PP), esposa do prefeito Roberto Naves (PP). Além do mais, o nome da candidata era ‘enaltecido’ nas entregas de cestas básicas para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Segundo o MP, os servidores municipais “estariam sendo obrigados, e até coagidos por suas respectivas secretarias (subordinadas ao prefeito), a fazerem panfletagem nos dias de semana e nos finais de semana, visando angariar votos para a campanha eleitoral da então primeira-dama”.
Conforme o depoimento do servidor Fellipe Braga, lotado na Secretaria de Esportes e Cultura, o nome da candidata era repetido o tempo todo nas reuniões do programa social Voluntários de Coração, e que ele teria sido coagido a fazer panfletagem, pedido votos para a candidata após o horário de trabalho: “o encarregado falou que depois do expediente a gente teria que fazer uma panfletagem pra candidata, aí eu lembro que eu até pedi a dispensa, porque eu não queria ir e ele falou que não tinha como porque meu nome tava lá e eu teria que ir”, disse Fellipe no depoimento.
As escalas para panfletagem e orientações eram feitas em um grupo de WhatsApp, que especificavam até locais e horários em que os servidores deveriam trabalhar como cabos eleitorais da candidata.
A servidora Lucélia da Silva Santos disse que o supervisor dela passava pela manhã colhendo assinatura em um caderno, informando onde ela e os colegas deveriam fazer a panfletagem, depois, no local determinado, ele colhia novamente a assinatura e “filmava a pessoa com o celular” para confirmar a presença dela.
O Ministério Público denunciou o prefeito Roberto Naves por improbidade administrativa, ao usar ‘recursos e servidores do erário municipal’ para beneficiar a candidata Vívian Naves. Na denúncia, os promotores pedem a cassação do mandato da deputada e sua inelegibilidade por oito anos. O prefeito Roberto Naves também corre o risco de perder seus direitos políticos por oito anos.