O ex-comandante do Exército, general Freire Gomes confirmou, em novo depoimento à Polícia Federal, ter participado de reuniões no Palácio do Planalto no dia 7 de dezembro de 2022 em que foram discutidas minutas de decretos para um possível golpe de Estado.
O general disse que Bolsonaro teria detalhado diretamente aos três chefes das Forças Armadas como ocorreria a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), seguida da decretação de um Estado de Defesa e o Estado de Sítio, para assumir o controle do País e contrapor o resultado das urnas.
O então comandante da Marinha, Almir Garnier colocou às suas tropas à disposição de Bolsonaro. Em depoimento, Freire Gomes ainda reconheceu um dos documentos apreendidos na casa de Anderson Torres, então secretário de Segurança do Distrito Federal, como uma das minutas discutidas na reunião com o ex-presidente.
Torres ainda foi apontado como “o suporte jurídico para as medidas que poderiam ser adotadas”. Ao longo do depoimento, o ex-comandante do Exército detalhou que alertou Bolsonaro de que sua força “não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional” e que isto poderia resultar na prisão do presidente.
Nesta sexta-feira (15), Jair Bolsonaro disse ao jornalista Paulo Capelli, do site Metrópoles, que as discussões eram ‘constitucionais’: “Não é crime falar sobre o que está previsto na Constituição Federal. Você pode discutir e debater tudo o que está na Constituição Federal. O que falam em delação, em depoimentos, é problema de quem falou. É uma narrativa idiota [sobre crime]”, disse Bolsonaro.