O caso do Goleiro do Grêmio Anápolis, Ramón Souza, que foi atingido por uma bala de borracha disparada pelo policial militar Edson de Sousa Junior, comprova que a saúde mental dos militares está abalada.
Este seria um bom motivo para o governo Caiado repensar no que está fazendo com a Instituição e como isso reflete nos atos dos PMs no dia a dia.
Os militares lidam diretamente com muitas coisas e o mais comum são as ruins. Enfrentam a criminalidade, o que potencializa o nível de estresse. Agora dobre a situação com noites sem dormir, sendo obrigado a cumprir hora extra para ganhar mais. É exatamente isto o que está acontecendo. O cidadão se transforma em uma pilha de nervos e não tem paciência para jogo de futebol no final da noite.
O que Caiado está fazendo é criminoso. Pois entrega para a sociedade um profissional estressado, armado e pronto para o que der vier, pois além de tudo vive na pressão das famigeradas frases: “bandido não se cria” ou “bandido bom é o bandido morto”.
Sem bola de cristal para adivinhar quem é ou não bandido, sem oportunizar o direito de defesa, tem gente tocando o terror nas ruas: matando, plantando drogas e armas; um banho de sangue. É verdade que alguns são “da minha puliça” do Caiado; agentes de má índole, que com prazer ou por política viram bandidos.
No geral, os salários estão defasados e a condição oferecida para se ganhar um pouco mais e conseguir pagar as dívidas é fazer horas extras. Trabalhe mais e ganhe mais, você é uma máquina, um super-herói da sociedade, bravo guerreiro… uma hora até máquina pifa de tanto trabalhar sem folga.
O último aumento foi dado no governo Marconi Perillo (PSDB). Caiado, por sua vez, mente ao afirmar que paga o maior salário para a PM, pois ao fazer a propaganda política não conta que soma salário defasado com horas extras (praticamente obrigatórias).
Cristiano Silva
Editor