terça-feira , 5 novembro 2024
Opinião

Opinião: o que relações de Márcio Correa em Anápolis dizem a seu respeito?

Marcio Correa começa a ficar conhecido em Anápolis. Derrotado nas eleições em 2020, o pré-candidato do PL vem se apresentando ao eleitor como opção para as urnas em outubro. Só que com essa introdução à sua imagem vem também os rumores de seus parceiros políticos, suas ligações empresariais e seus apoiadores financeiros.

E é ai que a coisa complica para Marcinho. Um dos nomes que gravitam em torno de seu projeto é um velho conhecido da política de seu partido de longa data, o MDB, nas colunas policiais e confusões envolvendo obras públicas.

Seu nome é Marcius Sallum João. Na cidade de Anápolis, seu apelido de juventude é Marcio Cabeção. Dono de empreiteiras, ele tem hoje uma significativa fatias de obras públicas no Governo Roberto Naves, de quem foi parceiro e apoiador e contra quem, hoje, conspira contra.

Só que ainda assim, mesmo “adversário”, Cabeção segue tocando obras e ganhando novas empreitadas na gestão Naves.

Só que a chave política de Március mudou. Há mais de dois anos, ele faz campanha abertamente para Márcio Correa. Costuma ligar para repórter políticos de rádios e portais para elogiar o quase homônimo, afirmando sempre que ele será o próximo prefeito de Anápolis.

Ter um aliado poderoso assim, rico e disposto, pode ser um privilegio. Mas nem tudo são flores no caminho.

Cabeção foi o pivô em um dos casos mais escandalosos de Goiás: o desvio de 10 milhões de reais da Prefeitura de Catalão. À frente da empresa Tecnel, montou um esquema em obras de pavimentação no município goiano durante a gestão Adib Elias (MDB) e acabou preso na Operação Ouro Negro, cujo nome é uma referência à massa asfáltica que serviu como instrumento para o saque do grupo.

As práticas de Cabeção não pararam por aí. Hoje, depois de ser “apoiador financeiro” de Roberto Naves, e pegar grandes obras em Anápolis, ele está envolvido em diversas outras investigações envolvendo o GAECO e até mesmo o Conselho Nacional de Justiça.

Outra empresa, a Terra Investimentos, é peça central na investigação no PAD (Processo Administrativo Disciplinar) do juiz federal Alderico Rocha Santos, que é seu sócio em outra empresa, a Agropecuária Sucesso. Todos estão envolvidos em um esquema de enriquecimento ilícito do juiz, que hoje está afastado da 5ª Vara Federal.

Alguns figurões políticos de Anápolis, aliás, já foram chamados para depor sobre o assunto que, muitos garantem, está perto de estourar.

É fato que a eleição em Anápolis está em aberto e ninguém consegue cravar quem sairá vencedor. Mas é certo que se Márcio Correa vencer, o empreiteiro da Ouro Negro Marcius Sallum João terá obtido um inédito terceiro mandato e vai inteirar 12 anos comandando o segmento de obras públicas na cidade de Anápolis.

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