Fato
• A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (13), uma operação que investiga a prática de “rachadinha” no município de Bagé, localizado na fronteira com o Uruguai.
• O principal alvo das ordens judiciais é o prefeito Divaldo Lara (PL), suspeito de liderar um esquema que teria desviado mais de R$ 10 milhões de salários de servidores comissionados desde 2017. Os valores, segundo a PF, teriam sido destinados a fins eleitorais sem a devida declaração à Justiça Eleitoral.
Primeira-dama
• Além do prefeito, a operação também investiga a primeira-dama, Priscila Fischer Lara, e dois vereadores, Rodrigo Ferraz (PL) e Michelon Apoitia (PL). Priscila, que é policial civil, é suspeita de utilizar informações privilegiadas em benefício do esquema.
• Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa de Divaldo Lara em Bagé, bem como em residências localizadas em Porto Alegre e Florianópolis, conforme autorizado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul.
Histórico
• Divaldo Vieira Lara, de 45 anos, apoiador de Pablo Marçal, foi eleito prefeito 2016, sendo reeleito em 2020. Embora tenha como uma de suas principais bandeiras o combate à corrupção, o político enfrentou acusações graves ao longo de sua carreira.
• Em 2019, foi afastado do cargo por crimes licitatórios, desvio de verbas públicas e organização criminosa, mas retomou suas funções após cerca de três meses.
• Em 2022, Divaldo foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusado de uso indevido da máquina pública nas eleições de 2018 para beneficiar seu irmão, o ex-deputado estadual Luís Augusto Lara. Apesar disso, o prefeito continua exercendo seu mandato, que termina em 2024.
• Recentemente, Divaldo Lara voltou ao centro das atenções ao sugerir que vereadores de oposição realizassem testes toxicológicos contra o uso de drogas durante uma sessão na Câmara Municipal.
Família
• A influência política da família Lara se estende além de Divaldo. Seu irmão, Luís Augusto Lara, teve o mandato cassado em 2022, e sua irmã, Adriana Lara (PL), atualmente ocupa o cargo de deputada estadual.
• A defesa de Divaldo e Priscila negou que haja novos fatos que justifiquem a operação e classificou a investigação como “abusiva”.