Fato
• A Polícia Civil de Goiás deflagrou a Operação Fraude Radioativa, uma ação que investiga um esquema criminoso envolvendo fraudes relacionadas ao acidente radiológico com o Césio-137.
• Três mandados de prisão e 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. O prejuízo estimado causado pela associação criminosa pode ultrapassar a R$ 20 milhões.
• Seis advogados, um militar da reserva e 49 ex-servidores públicos (maioria de PMs da reserva), estão envolvidos na obtenção fraudulenta de benefícios decorrentes do acidente com o material radioativo.
O golpe
• O esquema criminoso começava com a captação de clientes que supostamente teriam trabalhado no período do acidente com o Césio-137, ocorrido em Goiânia em 1987.
• Com a participação de advogados, eram ajuizadas ações judiciais, com documentos médicos falsificados, alegando contaminação pelo material radioativo ou doenças graves, como o câncer, para obter a isenção do Imposto de Renda, conforme a lei federal Nº 7.713/88.
• O subtenente da reserva Ronaldo Santana Cunha tinha a função de recrutar outros militares da reserva e direcioná-los a advogadas específicas para dar continuidade à fraude.
• Além da isenção do imposto, há indícios de que o grupo também fraudou ações buscando a concessão de pensões para supostas vítimas de contaminação pelo Césio-137 e pedidos de pensão por “ato de bravura”.
Militares
• O Goiás24Horas teve acesso a documentação de uma sindicância da PM que aponta o envolvimento de 36 oficiais da reserva, incluindo cinco tenentes-coronéis, 21 coronéis e 10 majores.
• Esses militares são suspeitos de inserir informações falsas em documentos com o objetivo de obter isenções fiscais e outros benefícios.