Fato
- A atual prefeita de Porangatu e candidata à reeleição, Vanuza Valadares, ainda é investigada por fraudes na saúde do munícipio. Em 2023, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União comandaram a operação Laboratórios Premiados e cumpriram mandados de busca e apreensão na casa dela e na prefeitura.
- Segundo as apurações, há fortes indícios de direcionamento indevido e superfaturamento em favor das empresas de exames de Liélio Vieira Lessa. Provas indicam que verbas públicas foram desviadas durante a gestão de Vanuza, de 2021 à 2024, e a de seu esposo Eronildo Valadares, no período de 2012 à 2016.
Segredo de Justiça
- O processo contra Vanuza agora segue em segredo de justiça, mas o G24H teve acesso a gráficos que apontam fortes indícios de que as empresas de Liélio se beneficiaram e continuam se beneficiando da gestão do casal Valadares.
- Conversas trocadas em celulares apreendidos na operação também reforçam a indicação de fraudes no sistema de exames na rede municipal.
Conversas
- Em uma conversa ocorrida no dia 25 de fevereiro de 2021, Heittor Lopes Valadares, filho da prefeita, afirma: “Vilessa comandando tudo”, “Muitoooo [dinheiro]”, “400”, o que indica que receberiam da prefeitura 400 mil reais relativos aos dois primeiros meses de contrato (janeiro e fevereiro).
- Já no dia no dia 8 de abril de 2021, Heittor alerta Liélio Júnior, filho do sócio dos laboratórios Vilessa e Mettra-Cort, sobre a Vilessa terceirizar os serviços e receber da prefeitura o dobro que pagava para o terceirizado.
- Em outro diálogo, Heittor manda mensagem para Liélio Júnior em tom de brincadeira dizendo que o pai dele tem que parar de “ostentar”, que está “faturando tudo”. Heittor diz que Liélio tem que agir na surdina, sem mostrar a cara.
Esquema
- Segundo as investigações, a prefeitura tem uma parceria com as clínicas de Liélio, que fornecem exames laboratoriais e de imagem para pacientes das unidades de saúde municipais. De acordo com a Polícia Federal, eles superfaturam esses valores e desviam o dinheiro dos cofres públicos. Além disso, fraudes em licitações também faziam parte do esquema. Em comum acordo entre a prefeita Vanuza Valadares, seu marido Eronildo e seus filhos Heittor e Givago, eram escolhidas as empresas que venceriam os processos seletivos.