quarta-feira , 11 dezembro 2024
Opinião

Que esquerda é essa? Em Goiás apagaram a estrela, esconderam o vermelho e agora sobem no mesmo palanque que Caiado, ruralista autoritário

A esquerda em Goiás está agachada, debaixo da mesa no Palácio do governo Caiado. Lamentável. O que diriam os líderes políticos que arriscaram as próprias vidas no solo goiano contra a intolerância do regime de 1964? Esconderiam hoje o vermelho de sua luta? Abririam mão de Luiz Inácio Lula da Silva como timoneiro do projeto?

O que temos hoje? Salvam-se alguns iguais a Mauro Rubem. Os outros são ‘penteadinhos’ demais para a luta, que não continuou. A direita compareceu nas eleições esperando a polarização e ganhou por WO.

O marqueteiro Jorcelino Braga, figura caricata por ter em sua trajetória forte elo com personagens da direita radical, travestida de ‘movimento ruralista’ dos anos 80 e 90, ditando o que fazer a candidata Adriana Accorsi, perdeu na capital e foi perder no segundo turno em Anápolis com Gomide. Aliás, Jorcelino entende mais de ‘finanças’ do que de marketing eleitoral.

Uma ‘tal’ pesquisa mandou a esquerda não ser esquerda em Goiânia, para não macularem o PT em Goiás com o Lula. Piada. Enquanto isso Jair Bolsonaro deitou e rolou, construiu Fred Rodrigues em poucos dias e está prestes a entregá-lo a vitória contra Sandro Mabel (UB), sujeito manjado na política brasileira.

Enfraquecida por seus próprios correligionários, a esquerda goiana apenas viu a ‘banda passar cantando coisas de amor’.

Pode piorar? Claro, agora a mesma turma se lança de vez nos braços da direita ao subir no palanque liderado pelo ‘caçador de sem terra’ Ronaldo Caiado, para apoiar Sandro Mabel sob a justificativa de luta contra a ‘extrema-direita’. Contem outra.

Onde estão os substitutos de Darci Accorsi, Tarzan de Castro, Neso Natal, Marco Antônio Dias Batista, Gerson Alves Parreira, Pinheiro Sales, Athos Magno, Maria José Jaime, Padre Ruy Rodrigues, maestro Joaquim Thomaz Jaime, Pedro Wilson, Carlinhos Soares, Sebastião “Juruna” Leite, Delúbio Soares e tantos outros?

Silêncio sepulcral. A esquerda vela a derrota para si mesma, envergonhada por faltar ao encontro marcado com a direita, por vestir outras cores, por esconder seus ídolos, por medo…

Cristiano Silva
Editor